Lições

Reconciliação

Por: Zeneide Ribeiro de Santana

Ouvi, pelo rádio, um testemunho  que me impressionou e me fez refletir.

Numa manhã, ela e o  marido dirigiam-se ao aeroporto, para apanhar um parente que estava chegando do exterior.  No caminho, começaram uma discussão por motivo banal, segundo ela.  Aos poucos, ambos foram se exaltando e começaram a gritar um com o outro. De repente, ele se sentiu mal e o carro foi ziguezagueando pela avenida que, àquela hora ainda não estava movimentada. Quando ele conseguiu parar, um motorista que vinha atrás  socorreu-os e levou-os a um hospital. O atendimento foi rápido, mas o infarto tinha sido violento e ele logo faleceu.

A voz da mulher, relatando o fato, parecia carregar uma tonelada de dor, culpa e arrependimento. “Por uma bobeira! ” – ela repetia…

Tentando não me deixar levar pelo fatalismo, refleti sobre a facilidade que temos em ficar irados e a dificuldade que temos em nos reconciliar. Egoísmo? Orgulho? Descontrole emocional?

Costumávamos cantar um hino, cujo refrão é “Reconciliai-vos já / diz o Senhor, rei meu/ reconciliai-vos já com Deus! “. Será que percebemos a urgência desse “JÁ” ?

Sábio é o conselho bíblico “Não se ponha o sol sobre a tua ira”.

Pensando bem, todo o Cristianismo está fundamentado sobre o ato de se reconciliar, pois “todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação.” (II Cor.5:18). Compreendemos bem o alcance dessas palavras? Esse ministério foi confiado a nós, você e eu, que conhecemos Jesus. E, “se não amarmos nosso irmão, que vemos, como poderemos amar a Deus, que não vemos?”

Estamos construindo cercas ou pontes?

Já disseram que, se  alguém decidir ser ponte, deve preparar-se para ser pisado. Ainda assim!

Escrevi esse texto há nove anos, mas resolvi publicá-lo novamente pela atualidade do tema, especialmente nestes tempos… ( não encontrei um adjetivo abrangente para tanta complicação!). Parentes, amigos, vizinhos, irmãos na fé estão partindo inesperadamente, sem oportunidade de despedida. E como estamos exercendo esse ministério da reconciliação?

About the author

Zeneide

Meu nome é Zeneide Ribeiro de Santana, professora de Língua Portuguesa e Literatura. Já sou aposentada e aproveito meu tempo lendo bastante e tricotando um pouco.

4 Comments

  • É …Usei esse versículo com o Igor e o Eric…Não aguentava mais as brigas entre os dois…Por uns quinze dias houve um “cessar fogo”…

  • Normal, entre irmãos, pelo menos enquanto não amadurecem. Pior quando vira rancor, na idade adulta, não é?