Cotidiano

Travessuras

lama

 

Por: Zeneide Ribeiro de Santana

Lembranças chegam, aos poucos, fazendo-me reviver o tempo em que os filhos cresciam e se desenvolviam em todos os aspectos.

Naquele dia, o Bruno tinha aprontado todas. Começou me chamando para ver o “calacol” que tinha desenhado na parede do quarto com meu lápis  de sobrancelha (sem falar do dia anterior, quando espremeu todo o creme de mãos e lambuzou a penteadeira). Teve, então, a iniciativa de esvaziar a gaveta inferior da cômoda e se instalar nela, espalhando roupas pelo quarto, numa bagunça animada. Mas foi pouco; mais tarde foi ao quintal e desenterrou minhas plantas de um vaso grande, usando uma colher como ferramenta. Imaginem como ficou o chão, cheio de terra pisada. E os tênis dele, então!

Depois da bronca, mais que merecida, fui lavar a sujeira e enxugar tudo para evitar acidentes. Assim que acabei e entrei na cozinha, começou a chover. Exausta, desabafei:

– Logo agora que sequei todo o quintal… Molhou tudo de novo!!!

Aí o bagunceiro se defendeu:

– Não fui eu!!!  Foi Jesus que fez chover!

Por essa mesma época, em Serra Negra, ele, a irmã e a prima Carol se juntaram às meninas da vizinha para brincar de escorregador num barranco de terra vermelha. Quando os vi, já com os shorts enlameados, quase destruídos, dei um basta na brincadeira e mandei todo mundo tomar banho, literalmente. Pensem num detalhe importante: naquele tempo não tínhamos máquina de lavar lá.

Só que o Bruno resolveu teimar e foi escorregar sozinho. Então, o pai dele tirou o chinelão do pé e ameaçou:

– Quer experimentar?

E o Bruno, amedrontado:

– Não! Não serve!!!

Todos acabamos rindo, porém ele tratou de obedecer rapidinho…

Há muito mais para lembrar, mas fica para outra vez, pois ando ocupada com os preparativos para o casamento dessa criança que cresceu tão depressa. Só espero que seus filhos também tenham dessas histórias para contar e que ele seja muuuiiito paciente e compreensivo.

About the author

Zeneide

Meu nome é Zeneide Ribeiro de Santana, professora de Língua Portuguesa e Literatura. Já sou aposentada e aproveito meu tempo lendo bastante e tricotando um pouco.

2 Comments

  • Zeneide, por coincidência, hoje uma amiga e eu estávamos nos lembrando de alguns desses micos que nos matam de rir . Eu gosto muito de me lembrar de um, de um certo Orazir Cardoso, um homem lá de NOva Campina. Ele era presbítero da Igreja Presbiteriana e estava num culto, ao lado da filha de uns nove anos, muito sapeca, dessas que não paravam no banco por mais de dez minutos, o que devia preocupar o pobre pai. De repente, durante uma tempestade, faltou energia e ele, todo protetor, agarrou a filha e colocou no colo pra impedir que ela saísse do lugar, naquele momento ruim. Ela, é claro, esperneou o que pode, mas foi vencida pela força daquele pai tão preocupado. Isso não durou mais que poucos segundos, e quando as luzes foram acesas, lá estava ele, agarrado a uma velhinha magrinha, pequena, desesperada, sem forças pra se livrar daquele colo e braços. Os dois já foram ” pra Glória” mas essa fa
    çanha ficou na história daquele lugarejo, já cheio de historias cabeludas.

    Lá em Santos, uma senhora muito simples, foi ao médico por causa de problemas renais.
    Durante a consulta ele perguntou: ” A senhora urina com abundância? ”
    ao que ela respondeu: ” Nâo senhor, com a periquitância!
    Isso parece piada, mas aconteceu de verdade. Fico pensando no tanto que o profissional teve que se segurar pra não gargalhar.

    Zeneide, amo suas crônicas. Elas me fazem bem, muito bem. Beijo. A propósito, sua neta é a coisinha mais linda e interessante que ja vi. Parabéns.

    • Muito boas essas histórias, Tirza! Não se admire se as vir publicadas aqui! Obrigada pela gentileza dos seus comentários. Grande beijo. Deus te abençoe, sempre!