Cotidiano

Falsinho

Written by Zeneide

 

 

Mesa posta para o café da tarde., em Serra Negra. Fartura de pães, bolinhos de chuva e outras guloseimas. Brincadeiras, risos e “Hum! Que delícia!”  De repente:

– Que achocolatado é esse na embalagem do Toddy?

Olho para o GIl com cara de “Eu não falei?“. Mas minha norinha, que é ótima para descontrair:

– Bru, por favor, me passa aí esse falsinho do seu Giba!

Pronto: estavam batizados esse e os demais produtos como detergente genérico ou esponja de limpeza “tabajara”. Tudo virou “falsinho”.

Concordo que há produtos similares de excelente qualidade, mais baratos que os das grandes marcas, o que pode ser comprovado pelo uso ou por referências confiáveis. Entretanto há muita pirataria, nos mais diversos setores, daí a necessidade de estar atento para não ser enganado e para não prejudicar os que trabalham dura e honestamente.

Também há pessoas que se apresentam bem, falam melhor ainda e inspiram credibilidade. Algumas enganam por pouco tempo, mas em outras o efeito dura bem mais. Quando, enfim, detectamos a falsidade, sentimos indignação, revolta e reclamamos até de nós mesmos por termos  sido tapeados tão facilmente.

Acontece muito, especialmente no meio político (e não só!) o que faz revirar o estômago dos mais fortes. E as fake news da atualidade?Entristeço-me observando amigos se digladiarem nas redes sociais por causa disso! Vale a pena estragar assim boas e velhas e amizades?

Mas não é raro agirmos da mesma forma. Julgamo-nos sempre bons, os melhores, às vezes. Nem percebemos nossas próprias dissimulações, nossa hipocrisia. Não é de admirar a surpresa dos que indagarão:

“Senhor, quando te vimos com fome, com sede, nu, preso ou doente e não te ajudamos?” (Logo eu que sou tão bom, tão generoso?)

Ah, Senhor! Ajuda-me a te conhecer, a interiorizar teus ensinos, a assimilar teus exemplos, para descobrir e trilhar as veredas da autenticidade em meu viver.

Perdoa-me ! Não, não quero mais ser “falsinho”!

About the author

Zeneide

Meu nome é Zeneide Ribeiro de Santana, professora de Língua Portuguesa e Literatura. Já sou aposentada e aproveito meu tempo lendo bastante e tricotando um pouco.

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