Cotidiano

Vendedores presunçosos

Written by Zeneide

 

Tomei emprestado o título de um artigo de Renato Romeo, que li um dia destes, em que se comentava o mau atendimento a clientes  mal vestidos (Revista PME -Pequenas e Médias Empresas -junho/2014)

Acho que muitos de nós já vivenciaram ou presenciaram situações semelhantes. O autor relata que ele e a esposa, de bermudas, camisetas e sandálias Havaianas, foram fazer uma caminhada. Resolveram entrar num shopping e ele sentiu o impulso de comprar uma joia para ela.  Foram ignorados pelos vendedores, mas continuaram a olhar as vitrines internas até que  veio um vendedor do fundo da loja. Sorte dele, pois saíram levando um anel bem caro.

Outro caso é o de uma senhora que carregava uma sacola com bananas que comprara na feira. Lembrou-se de um presente que precisava comprar e entrou numa loja elegante. Nem “bom dia” recebeu, pois ninguém se dignou a atendê-la. Gastou 500 reais na loja vizinha, onde a vendedora guardou as bananas no balcão, enquanto ela escolhia o presente.

Realmente, pode-se constatar essa superioridade que certos vendedores imaginam ter só porque trabalham com marcas famosas. Será que alguém sente vontade de comprar alguma coisa de quem se julga superior?

Talvez não haja muito termo de comparação, mas, de certa forma, mesmo não sendo vendedores, nós, cristãos, temos a missão de oferecer algo muito precioso: as novas do Evangelho. E quem são os “clientes” em potencial? Não haveria um certo orgulho, um tom de arrogância mesmo, quando se fala em “minha religião”, “minha igreja”, “meu Salvador”, “minha fé”?

“Convém que Ele cresça e que eu diminua”- disse João Batista, o precursor do Messias, “que sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus… e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.”

Qual tem sido nossa postura como cristãos: estamos atraindo pessoas com nossa humildade ou provocando rejeição?

 

About the author

Zeneide

Meu nome é Zeneide Ribeiro de Santana, professora de Língua Portuguesa e Literatura. Já sou aposentada e aproveito meu tempo lendo bastante e tricotando um pouco.

4 Comments

  • Amiga Zeneide, já passei por isso diversas vezes, não só por roupa, mas tb pela minha cor, e não somente em lojas, mas também e inclusive em igrejas, falsidade estampada no rosto das pessoas, uma pena, pois estamos aqui para servir e amar sempre a qualquer que seja é em qualquer situação. Triste, muito triste! Mas lindo seu texto!

    • Oi, Carolina! Obrigada pelo comentário.Infelizmente, isso é mais comum do que imaginamos. Pessoas muito “santificadas” me dão um pouco de medo… Tudo muito diferente daquilo que aprendemos do Mestre…Concordo plenamente com você: estamos para servir e amar. Precisamos orar para que isso seja realidade pelo menos em nossa vida. Beijo. Deus te abençoe.

  • A presunção está solta por aí…. Como disse sua amiga, ela aparece até nas igrejas…ainda bem que Deus enxerga o nosso interior…. Ele nos conhece realmente e aí de nos se formos um desses precunsosos… Muita oração e submissão ao Pai….

    • Presunção e arrogância andam de mãos dadas. Humildade, acima de tudo, não é?