Neste tempo de Natal, quando se ouvem tantas histórias, também imagino a minha. É assim:
– Oi, Fofinha!
– Fofinha, eu? Imagine! Você está tão fofinha como eu!
– É verdade, somos duas fofinhas… Vamos tomar nosso café da manhã?
– Vamos, sim. Lá está nossa manjedoura…
Mal sabiam elas que a manjedoura estava ocupada, adivinhem por quem? Isso mesmo! O menino Jesus havia nascido e estava lá, bem tranquilinho. Vejam só a cara delas, voltando:
– Que é aquilo? Que susto! Cadê nossa comida?
– Como é que invadem assim o nosso espaço? Sempre comemos ali!
– Você viu que esquisito?
– Não deu pra ver direito. Só sei que tinha algo se mexendo ali.
– Sua boba! É um filhotinho!
– Será mesmo? Estava enrolado, mas vi uma perninha… pelada!
– É que os filhotes de gente não têm pelo, como nós.
– Coitados, como devem sentir frio! Ah! Por isso usam aqueles panos…
– E o nosso alimento? Estou com fome.
– E eu, então? Já vou começar a berrar.
– Vamos dar mais uma olhada?
Ficaram lá algum tempo, espiando o bebezinho adormecido e seus pais, Maria e José, cuidando dele e recebendo a visita dos pastores. Vejam, elas voltaram.
– Viu, Fofinha? Até o nosso pastor estava lá.
– Vi, sim. E ouvi também. Disseram que não encontraram nenhum outro lugar, por isso ficaram neste estábulo e usaram a nossa manjedoura.
– Falaram também que viram muitos anjos…
– É, e os anjos disseram que o filhotinho vai ser o Salvador!
– Salvador?! Que será isso ?
– Acho que ele vai ser assim alto, mais forte que o nosso pastor.
– E vai defender o seu rebanho, dar água e alimento para as ovelhas.
– E também salvar as ovelhas que estiverem em perigo.
Que ovelhinhas espertas essas duas fofinhas! Elas sentiram que estavam diante do Bom Pastor, aquele que dá a vida pelas suas ovelhas. Vamos ouvir mais?
– Sabe, Fofinha, estou até orgulhosa porque ele usou a nossa manjedoura.
– Eu também! Nem por isso vamos passar fome.
– É mesmo, já estamos bem grandinhas pra procurar nosso próprio alimento.
– O que será que o filhotinho do Bom Pastor come?
– Deve ser leite da mãe dele, igual a gente, quando era pequenininha…
– Vamos, então?
E lá se foram elas, livres e felizes porque contribuíram para a chegada de Jesus e porque o aceitaram. E o nosso coração? Tem um lugarzinho para Jesus?
( Texto dramatizado por minha filha Cíntia e minha sobrinha Tati, quando tinham 7 ou 8 anos)