Por: Zeneide Ribeiro de Santana
Minha filha, ainda adolescente, precisou passar a tarde na casa de uma colega de escola, para fazer um trabalho em dupla. Quando fui buscá-la, ela me abraçou bem forte e disse: “Ah, mãe, graças a Deus que você é normal!” Muito surpresa, respondi: “Puxa! Nunca pensei que não fosse…”
Então ela me contou que a mãe da colega era muito estranha: usava shorts e miniblusa iguais aos da filha. Serviu um lanche, em vez do almoço e enquanto elas estavam pesquisando no computador, não parava de interromper, para ver se havia chegado e-mail do namorado. A colega, constrangida, explicou que seus pais eram divorciados e que a mãe só se preocupava em paquerar… Ela e a irmã pequena passavam muito tempo sozinhas.
Pensando bem, muitas vezes, as mães tentam se superar, proteger além da medida e acabam sufocando os filhos, quando não invadem totalmente sua privacidade. Por outro lado, há aquelas “cucas frias”, que deixam tudo pra lá, que não exigem, que se contentam com a disciplina que a própria vida se encarrega de aplicar. Ou então, repetem sempre: “Espere o seu pai chegar…”
Confesso que quando ouvi que eu era normal, me surpreendi, pois talvez me considerasse um pouquinho acima da média… Mas, entendi o verdadeiro significado da normalidade: exercia meu papel de mãe, pessoa mais velha, sempre disponível para ajudar, aconselhar, servir de referência, até mesmo para repreender com firmeza. Sei que devo ter errado bastante, como todas as mães, porém, desde então venho tentando manter um equilíbrio no trato com meus filhos, que tanto amo, cada um de um jeito diferente. Há muito descobri a importância de respeitar sua individualidade e que a melhor ajuda que posso oferecer-lhes é apresentá-los a Deus em oração, diariamente. E não é isso o que toda mãe normal pode e deve fazer?