Em outros tempos chamava-se fora ou “gafe”; hoje chama-se mico. Conhecem alguém que nunca pagou mico?
Lembro-me de um caso, em Itapetininga, quando os pais da nossa amiga Tirza foram ao cinema e chegaram com as luzes já apagadas. Ele foi abrindo caminho, procurando lugares. Ela percebeu que ele parou lá adiante; então, pediu licença, sentou-se e segurou no seu braço, dizendo: “Que escuridão, né, bem?” Como não ouviu resposta, olhou para o lado e viu que, apesar de careca e usar um sobretudo cinza, não era o Sr. Henrique. Envergonhada, desculpou-se para ir até ele, que acenava lá na outra fila.
Nessa mesma época, uma colega, então adolescente, precisou sair e a mãe dela, como todas as mães, obrigou-a a levar guarda-chuva, pois o dia estava nublado. Obediente, ela foi ao banheiro pegar um grande, daqueles com cabo de madeira, e atravessou todo o centro de Itapê com o dito cujo pendurado no braço, pois não choveu. Aí começou a notar que todos a olhavam e umas crianças apontavam para, ela dando risada. Só então reparou no gigantesco sutiã da sua mãe enroscado no guarda-chuva, arrastando-se pelo chão. Foi o assunto das aulas do dia seguinte…
Há poucos meses, fui à igreja, num domingo à noite. Na primeira oração, olhei para baixo e levei um susto: estava com um pé de sapato preto, novo, bonitinho, e outro marrom, todo velho, detonado. Saí disfarçadamente, não antes de mostrá-lo à minha irmã, que ficou rindo de mim. Quando, mais tarde, contei isso, muita pessoas me descreveram situações parecidas: blusa com rasgão na manga, zíper aberto, sapatos de cores e tamanho de saltos diferentes e até brincos novos com etiquetas de preço penduradas neles.
Não posso concluir sem relatar um dos micos mais recentes da Zelia, aquela minha irmã do”Supermercado”, da Blasfêmia” e da “Panela Velha”. Fez umas compras no centro de São Bernardo e, como estava carregada, ligou pedindo para o marido ir encontrá-la num determinado lugar. Quando viu o carro parado, admirou-se da rapidez dele. Chegou abrindo a porta, jogando as sacolas no chão do veículo e falando: “Que bom que você veio logo!” Quando foi sentar-se, quase caiu no colo de uma mulher que começou a gritar de susto. Carro igual, motorista diferente que, na esquina, assistiu a tudo, se matando de rir.
Micos! Quem está livre deles? Não é mesmo?
Rí demais com todos estes micos. Muito bommmm!!!
Pode ir rindo, amiga! Precisamos conversar sobre uma certa receita de frango… Já fiz até o rascunho. Beijo.
E mesmo…quem nuca pagou um mico…
Bom saber que não estamos sós nessas micagens… “Quanto mais se vive mais se paga mico.” (provérbio árabe que acabei de inventar)…