Por: Zeneide Ribeiro de Santana
Talvez não valorizemos devidamente nossos pés, que nos sustentam e nos levam para toda parte. Muitos pensam neles apenas do ponto de vista estético: precisam estar sempre cuidados, sem calosidades, unhas bem feitas.
Na maioria das vezes só nos lembramos de que os temos quando doem, por diferentes motivos. Bem dizem que “cada um sabe onde lhe aperta o sapato“. E por falar nisso, conheço várias pessoas, da família inclusive, extremamente apaixonadas por sapatos, de tal forma que não resistem ao mostruário das vitrines e compram sem necessidade. Algumas se auto-intitulam centopeias. Só não adquirem mais porque sabem que não poderiam ter todos: não caberiam nos armários. Disso estou livre; tenho apenas os estritamente necessários – resultado de trauma de carência, na infância e juventude que, em mim, produziu efeito contrário.
Voltando aos pés, nada mais comovente que os dos bebezinhos, tão fofos e delicados. Já os dos adolescentes, especialmente os esportistas… o caso é sério. Já ouvi um aluno contar que o que mais ouvia em casa era: “Não tire esses tênis perto de mim!”
Jesus, que andava por caminhos poeirentos, certamente usava sandálias, típicas da época. Imagino como deveria sentir alívio quando as descalçava, depois das longas jornadas. Por isso, a atitude daquela mulher perfumando seus pés com o óleo caríssimo e enxugando-os com seus próprios cabelos é plena de significado. Representa também homenagem à grandiosidade daquele que andou fazendo o bem.
O indiano Sundar Singh, nascido no final do século XIX, foi chamado de “Apóstolo dos pés sangrentos”. Convertido ao Cristianismo, banido da família, percorreu descalço a Índia, pregando o evangelho. Andou por muitos países, chegando também ao Ocidente. Anos depois, desapareceu no Tibet, com seus pés tão feridos, que deixavam rastros de sangue na brancura da neve.
Aonde nossos pés têm nos levado, nestes tempos de tantos descaminhos?
“Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia boas novas, do que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, do que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina!” (Isaías 52:7).
Então…
Linda crônica Zeneide, que Deus continue te abençoando e inspirando para que possamos ler essas crônicas tão lindas.
Muito obrigada, Miriam! Que Deus abençoe você também e sua família. Grande abraço.