Por: Zeneide Ribeiro de Santana
Achei engraçado o adesivo no vidro traseiro de um Fusca antigo: “SIMPRÃO DE TUDO.” Realmente, o motorista também é uma pessoa simples, de boa prosa, mesmo sendo dono de várias propriedades em Serra Negra
Frequentemente nos preocupamos com coisas e assuntos complexos, elaboramos projetos com altos objetivos, nos desgastamos em busca de soluções para vencer obstáculos complicados. E demoramos a perceber que o modo mais simples talvez seja o mais eficaz. Zilda Arns, na sua caminhada benemérita, afirmava que “nunca se deve complicar o que pode ser feito de maneira simples.”
Um vidro de azeite vazio pode se transformar num belo vaso solitário para um botão de rosa e alegrar o ambiente e a vida da mesma forma que um vaso de cristal com uma flor exótica, importada. Claro que nada tenho contra as coisas boas e caras, só me incomoda o fato de que poucos têm acesso a elas.
Assisti a uma peça teatral, cujo cenário era formado por caixotes de madeira, desses de acondicionar frutas. Os personagens os deslocavam no no à medida que as cenas se sucediam. Num momento eram balcão e banco de bar, no outro representavam mesa e cadeiras, depois viravam cama e armário. Muito interessante.
Se analisarmos bem, nem precisamos de tantas roupas, móveis ou badulaques. Mas, somos acumuladores, gostamos de colecionar, de consumir mesmo.
Não foi por acaso que Jesus colocou a criança como foco de sua lição de simplicidade, afirmando que só entraria no seu reino quem se tornasse como ela é, dependente do seu poder, aceitando-o como Senhor e Salvador.
Creio que o Salmo 131, de Davi, traduz tudo isso:
“SENHOR, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim. Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha alma; como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a minha alma para comigo. Espera, ó Israel, no SENHOR, desde agora e para sempre.”