“É tão fácil ser bom
Por que não ser?
Por que não espalhar ao derredor
O perfume sutil do bem-querer
Que faz a vida parecer melhor?”
(Abdiel Monteiro)
Será mesmo tão fácil ser bom? Todo o nosso egoísmo declara guerra à prática do bem, uma vez que nos habituamos a pensar primeiro em nós mesmos e em nossos interesses. Aliás, somos sempre bonzinhos aos nossos próprios olhos. Bonzinhos com nossos familiares e amigos…
E com os desabrigados, os famintos, os desesperançados, os solitários, os indefesos, os que sofrem além do nosso entendimento (incluo aqui os animais, naturalmente), será que somos também?
Muitas vezes a bondade é confundida com moleza de caráter. “Ele não é bom, é bobo!” – dizem. Um dia, a vizinha de uma amiga veio denunciar, toda rancorosa: “Os colegas abusam da bondade do seu filho; pegaram quase todo o pacote de biscoitos dele no recreio! Estão fazendo ele de bobo!” Calmamente, minha amiga respondeu: “Ele está agindo exatamente como lhe ensinei: repartindo.”
Deus é amor, por isso a bondade está em sua essência .“Deem graças ao Senhor porque ele é bom.”- escreveu o salmista.
É um privilégio sermos alvos desse amor, dessa bondade que acolhe, que agasalha e que renova suas misericórdias sobre nossas vidas. Se nos deixarmos envolver por toda essa graça, certamente iremos absorver essa benevolência, que norteará nossas ações.
Não sabemos ser bons? Sempre é tempo de aprender! Gosto muito de um texto sobre envelhecimento, de Cora Coralina, poeta goiana que viveu 95 anos, que termina assim:
“Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende.”
Nos nossos dias, é mais que oportuno aprender a fazer o bem, pois as necessidades se multiplicam em toda parte.
Encerro com o pensamento do escritor russo Leon Tolstoi: “A bondade enriquece sua vida; com a bondade, coisas misteriosas tornam-se claras, coisas difíceis tornam-se fáceis e coisas tediosas tornam-se alegres.”