Eu nem pedi!

Muito bom receber presentes inesperados, fora das datas convencionais, o que não acontece frequentemente… Registro aqui algumas lembranças sobre esse tema.

Várias vezes, enquanto passava roupas – coisa que ainda hoje não gosto de fazer – minha mãe, tão gentil e prestativa, chegava com uma xícara fumegante. Mais do que aquele café quentinho, recém-coado, o que me comovia e agradava era o carinho daquele gesto. Foi um exemplo tão bom para mim que adquiri esse hábito. Sinto satisfação em oferecer um bom cafezinho às visitas e às pessoas que trabalham em minha casa.

Quando minha filha estava na Pré-escola, comprei-lhe uma caixa bem grande de lápis coloridos. Ela abriu o pacote, abraçou o presente e disse, toda feliz:

– Eu sempre quis uma caixa desses lápis, igual ao das minhas coleguinhas. Obrigada!

Então perguntei por que ela nunca havia pedido. Havia coisas que não poderia ganhar, pela idade ou pelo preço muito alto, mas aquilo ela poderia ter recebido há muito tempo…

Meu filho, desde pequeno, sempre pediu as coisas que queria. Um dia, depois que ele tomou banho, levei-lhe um copo de Toddy. Surpreso, ele me falou:

– Eu nem pedi, mãe!

Não há como não fazer um paralelo com o amor do  Pai: “Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?”

Se a palavra ainda não chegou à nossa boca e Deus já a conhece, Ele também sabe o que necessitamos antes de falarmos. Por que, então, a surpresa com os seus presentes  em nossa vida? Podemos também dizer: “Eu nem pedi, mas Deus me deu assim mesmo!”

Mas pode ocorrer o caso de não recebermos porque não pedimos. Que tal sermos claros em nossas orações? Louvar, agradecer, confessar e pedir, sim, objetivamente.

Vamos verbalizar nossos desejos e esperar que Ele nos presenteie de acordo com sua vontade, que é boa, agradável e perfeita!