Não demorou nada para lotar minha estalagem naquele dia. Também, com tantos viajantes chegando de toda parte para o recenseamento… Há muito tempo não via tanta gente circulando na pequena vila de Belém.
Eu estava comemorando meus lucros intimamente quando os vi chegando: o homem a pé, segurando as rédeas do burrinho, onde sua jovem esposa, linda, grávida, estava sentada com ar cansado. Fiquei penalizado, mas logo fui avisando:
– Não tenho lugar, senhor! Nem um só! O senhor já procurou…
– Sim! Em toda parte! Esta era nossa última esperança. Está anoitecendo e não sabemos onde ficar.
Algo nos olhos deles mexeu com meus sentimentos. Quando vi, estava dizendo:
– Sinto muito! O que posso fazer é acomodar vocês lá na estrebaria, nos fundos do terreno. Pelo menos não ficarão ao relento…
Levei-os até lá e fui cuidar dos meus hóspedes.
De madrugada ouvi o choro de um recém-nascido e, mais tarde, passos de pessoas entrando e saindo da estrebaria. Soube que eram pastores dos arredores que tinham vindo visitar a criancinha. Perguntei-lhes como souberam daquele nascimento e eles me contaram que, enquanto vigiavam o rebanho, anjos apareceram no céu cantando lindamente, dizendo que traziam boas novas de alegria, pois havia nascido o Salvador. Seguiram suas orientações e chegaram até a manjedoura, onde dormia tranquilo o Menino Jesus.
Nunca vou esquecer aquela cena comovente: Maria e José ajoelhados, contemplando o bebê deitado sobre as palhas do berço improvisado. A mesma manjedoura onde todo dia eu colocava ração para os animais!
Tempos depois, três reis do Oriente, guiados por uma estrela, vieram adorá-lo, trazendo belos presentes para aquele que seria o Rei dos Reis.
Pois é! Não havia mesmo lugar na minha hospedaria, de verdade! Mas, se eu soubesse que aquele menino era o Messias prometido, o nosso Salvador, com certeza teria dado para ele um lugar no meu quarto, na minha própria cama! Ah! Se eu soubesse!
Mas, você e eu sabemos! Glória a Deus!
Zeneide, Fiquei enternecida com sua versão do nascimento Dele. Se eu soubesse… Pois é, em alguns momentos podemos nos nos questionar da mesma maneira: Ah! se eu soubesse que era tão fácil e correto seguir tudo aquilo que por Ele nos foi deixado…Creio que ninguém nunca imaginou o lado do dono da Estrebaria que foi até bem solidário e generosos, pois não tendo vaga para acomodá-los acomodou-os onde pode para não deixá-los ao relento. Parabéns. História par ser contada de modo terno às crianças.
Obrigada, Luzia! Seu comentário expressa sua sensibilidade… Num exercício de imaginação, podemos enxergar e compreender as atitudes dos outros, sem julgá-los. Que Seus nos ajude a seguir os ensinamentos do Mestre para sermos mais sábios e mais felizes. Um abraço.
Que DEUS nos ajude…
Texto lindo! Escrito com imaginação sem perder de vista os fatos reais.
Obrigada, amiga! São muitos os personagens anônimos na história do Natal…