Nos nossos dias, quando a mãe está para dar à luz, é normal haver grandes preparativos. Antecipadamente há a preocupação com o enxoval, acomodações, hospital, tipo de parto, assistência ao recém-nascido, entre tantas outras.
Outro dia li um artigo em que o autor comenta realisticamente o nascimento de Jesus naquela estrebaria sem nenhuma condição de higiene, cheia de animais mal cheirosos que viram seu espaço invadido por desconhecidos.
Concordo que há muita poetização quando se descreve o presépio tão lindo, tão iluminado pelo brilho das estrelas. Eu mesma já escrevi dessa forma… Penso na virgem Maria, às vésperas do acontecimento mais especial da sua vida.
Uma vez ouvi o relato de uma mulher que precisou ir do sítio à cidade num jipe, sentindo todas as dores do parto. Foi muito desconforto e sofrimento – disse, suspirando só pela lembrança. E a jovem Maria, então, depois da viagem extenuante sobre o lombo daquele jumento, através de estradas poeirentas e esburacadas? Como deve ter se sentido? O alívio por, enfim, ter chegado a Belém substituído pelo susto de não haver lugar para se acomodar.
Como se deu aquele parto? Os Evangelhos não mencionam, mas qualquer um pode imaginar as dificuldades: além da inexperiência do casal, a falta de tudo: leito, iluminação, higiene, roupas adequadas, alimento, talvez…
Então me lembro da visita do anjo que anunciou sua escolha como mãe de Jesus e sua pronta disposição em aceitar a incumbência:
“Aqui está a serva do Senhor, que se cumpra em mim a tua palavra.”
Foi isso: ela se colocou como serva e dispôs-se a fazer a vontade de Deus. Antes o anjo a havia saudado assim: “Alegre-se, agraciada! O Senhor está com você!” e “Não tenha medo, Maria, você foi agraciada por Deus!
E, realmente, Maria foi favorecida, honrada com a graça de Deus, o que a capacitou a enfrentar os obstáculos para se tornar a mãe do Salvador de todos, inclusive dela própria.
Que possamos pensar nisso e nos posicionarmos como servos obedientes. Seremos agraciados também, certamente!
