Acesso restrito

Há tempos, viajando pelo Nordeste, visitamos um antigo engenho de cana-de-açúcar, próximo a Olinda. Haviam-no transformado em um camping, mas preservaram quase tudo: casa grande, senzala, capela, pomar, onde provamos abiu, pitomba e jambo.

Avistei a capela, melancolicamente convidativa. Curiosa, fui sozinha visitá-la. Completamente decadente, pintura descascada, reboco despencando. Vi uma escada e me aventurei a subir por ela, pois queria apreciar a paisagem lá da pequena torre. Era de madeira, muito velha, degraus quebrados, com várias falhas perigosas. Continuei subindo com cuidado e…de repente… aquele susto! Um bando de morcegos apareceu do nada e eles começaram a voar sobre mim. Gritei de medo, mas ninguém me ouviu. Quando os bichos se acalmaram (e eu também), fui descendo devagar, ainda com o coração aos pulos. Foi aí que vi a placa: “Perigo! Não suba os degraus. Escada danificada.”

Bem, não foi só falta de atenção, pois a placa estava caída num canto, invisível para quem chegasse.

É comum vermos os avisos “Mantenha distância”, “Acesso restrito” ou “Proibida a entrada de pessoas estranhas”. Esse último acho engraçado, pois me faz pensar: “Será que sou muito estranha ou posso entrar?

Enfim, são muitas as advertências alertando para os perigos ou as possibilidades de danos, inclusive nas bulas dos medicamentos. É preciso estar atento! Também na Bíblia, nosso manual de fé e prática, há várias recomendações:

– “… retira o teu pé do mal.” (Prov. 4:27)

– “Bem–aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios” (Salmo 1:1)

– “Aquele, pois, que pensa estar em pé, olhe que não caia.” (I Coríntios 10 – 12)

Em compensação, para a casa do Pai, o acesso não é restrito. Ao contrário, Ele convida a desfrutar sua paz e recebe com amor, mesmo aqueles que um dia o abandonaram, mas que desejam retornar ao lar.