Que fazia aquele senhor todos os dias no portão daquela propriedade rural? Sua presença ali era costumeira no final das tardes, ensolaradas ou não. Já com certa idade, mas forte e bem disposto, parecia esperar alguém, pois seus olhos se esticavam para a estrada à frente até o sol se pôr e as sombras da noite aparecerem.
Conhecidos e vizinhos o cumprimentavam cordialmente e alguns até perguntavam:
– Nada ainda?
– Alguma notícia?
Ele só balançava a cabeça negativamente e bem devagar tomava o caminho de volta, olhando de vez em quando para trás.
Foram longos os meses… Num dia meio garoento, ele estreitou os olhos na tentativa de reconhecer um vulto caminhando em sua direção. Coração bateu acelerado…
Que decepção! Era apenas um mendigo, mais um à procura de abrigo e de alimento…
Chamou o empregado para ajudar o pedinte e resolveu voltar para casa, saindo da garoa, agora mais forte. Foi aí que ouviu:
– Pai! Meu pai! Sou eu!
Não havia reconhecido o filho, mas a voz dele despertou suas lembranças mais doces. Voltou-se para abraçá-lo, surpreso e condoído pela situação do jovem esfarrapado.
E quando o filho lhe falou da trajetória infeliz, das perdas, da sua miséria, do seu cansaço e do seu arrependimento, aquele pai acolheu-o nos braços amorosos e o conduziu lentamente em direção ao lar antes rejeitado e abandonado.
Concedeu-lhe perdão e deu ordens para que sua volta fosse comemorada com uma grande festa.
É assim o nosso Pai. Está à nossa espera no portão diariamente. Basta voltar, arrepender-se de verdade e pedir perdão. Certamente, seremos bem acolhidos e, então, será possível descansar na paz que só Ele pode nos dar.
Volte!!!
O Pai está sempre de braços abertos pra receber o filho, Jesus é o bom pastor e não quer que nenhuma ovelha se perca, linda Crônica Zeneide.
Obrigada, Marly!
De fato, é maravilhoso saber da disponibilidade do Pai.
Abraço.