Gosto de caminhar, atividade que faz bem para o corpo e para o espírito. Como várias outras coisas, valorizamos mais quando não podemos praticar, impedidos por doenças, dores ou fraturas. É bom caminhar com objetivo definido, mas andar a esmo, sem destino, também tem seu encanto, especialmente pelas prováveis descobertas, pela novidade do trajeto.
Meu pai chamava de “andeja” a pessoa que não parava muito no mesmo lugar. Minha velha amiga tem rodinha nos pés, pois toda vez que ligo para ela, se tenho a sorte de encontrá-la em casa, já vou perguntando: “Você está chegando ou saindo?” Será por inquietação, por necessidade de estar em movimento ou para fugir da solidão? Não sei.
Madre Teresa de Calcutá aconselhou : “ Quando não conseguir correr através dos anos, trote. Quando não conseguir trotar, caminhe. Quando não conseguir caminhar, use uma bengala. Mas nunca se detenha.” Lembrando a autora da frase que, com tanta idade e limitações físicas, permaneceu ativa até o final da sua caminhada de amor ao próximo, chego a me envergonhar por andar tão pouco.
Como diz a canção “Ando devagar porque já tive pressa…” , penso que, realmente, não importa a nossa velocidade, talvez já tenha passado o tempo das maratonas, mas sempre há um caminho pela frente, seja real ou metafórico. Precisamos descobrir ou redescobrir o valor dos movimentos, sair da estagnação e seguir mais confiantes e esperançosos pelos caminhos da vida.
E se, por acaso, sentirmos que estamos meio desnorteados, inseguros quanto à direção que devemos tomar, nada melhor que orar, como o salmista Davi: “ Faze-me, Senhor, conhecer os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas.” (Salmo 25 : 4)
E nunca, jamais nos esqueçamos de que Jesus “é o caminho, a verdade e a vida”.
Sábias palavras, como sempre. Eu sou muito “andeja” como dizia o “papai”(estranho né?), mas preciso refletir pq gosto de andar só com alguns objetivos, nem sempre sabidos…..
Que você é andeja eu sei,mas que tem objetivos misteriosos é novidade!
Obrigada pelo comentário! Beijo.
E eu gosto de caminhar à esmo , mas com uma companhia que me impulsiona a ir sempre em frente: Vygotsky
“Vi” para os íntimos, né, Marlene?
Que nós também possamos impulsionar outros para boas caminhadas…