Já faz muito tempo. Fomos comemorar o Natal na IPI do Turvo, na época um povoado entre Itapetininga e Capão Bonito, SP.
Adolescentes que éramos, estávamos todos eufóricos com a novidade, pois quase nunca saíamos da nossa igreja. Entre as lembranças daquela noite, vou destacar três.
Na hora da entrada em cena dos reis magos, representados por pré-adolescentes, um deles tropeçou na roupa comprida demais e eles entraram aos trambolhões, petecando os ” presentes”, num ataque de riso que contagiou todo mundo. Era só hihihi e hahaha tanto no palco como na plateia. Nunca antes na história dos natais se viram reis magos tão hilariantes…
Depois, um rapaz alto, bonito e totalmente tímido foi chamado para declamar um poema. Começou: “ Benditas mãos...” Pausa. De novo: “Benditas mãos…”. Foi ficando cada vez mais vermelho e apavorado com o branco da memória. Num último esforço, estendeu as mãos e repetiu novamente as mesmas palavras, sem conseguir continuar. Alguém, então, caridosamente puxou as cortinas. Mas uma voz na plateia se fez ouvir bem forte: “Benditas mãos que fecharam essas cortinas!”
Aí foi a vez da nossa peça, em que a maioria das meninas representava personagens da história do nascimento de Jesus. Minha prima Vasti, uma pastorinha que narrava a mensagem dos anjos e tinha excelente memória, esperava a pergunta do pastor : “Quem te contou isso, menina?” E nada de o personagem se lembrar. Ela ficou impaciente, aguardando a “deixa” para continuar sua narração. Como ele permanecia travado e ela precisava da pergunta, não teve dúvida: ” Quem me contou isso foram os anjos, OUVIU? Quem mandou não decorar o texto?”
A bem da verdade, as demais apresentações foram boas, inclusive a parte musical.
Não há como esquecer aquela noite alegre, festiva, de amizades compartilhadas com troca de chicletes, Sonhos de Valsa e outros sonhos, na viagem de volta.
E o céu estava tão lindo e estrelado, que nenhuma árvore com luzes artificiais conseguiria superar seu brilho, encanto e magia.
Foi, sim, um feliz Natal.
É, Zeneide!!! A alegria do Natal está na magia de boas lembranças e do carinho dos amigos e familiares… Minha neta escreveu algo parecido nesta noite… Tenho a certeza de lembraremos sempre da Paz de Cristo que reinou neste natal. Obrigada minha amiga, por fazer parte destas lembranças!!!
Também sou grata a você e a sua querida família pela oportunidade de compartilharmos não só o ” parentesco” mas também a comunhão espiritual que promove a unidade na paz de Cristo, razão primeira do Natal. Que bom que a Erica começou a colecionar essas boas lembranças…
Ze, linda história do Natal na Roça, há como era gostoso o Natal da nossa infância, recordo também de Natais muito alegres e festivo , Deus te abençôe, bjs.
Obrigada, Marly. Deus ter abençoe também!