Passando por um prédio novo, moderno, no centro da cidade, vi que já estava todo pichado, de alto a baixo. Nesse sentido mesmo, pois, já quase no chão, com letras normais, bem pretas, estava escrito “terminei”.
Sem discutir o mérito (ou a falta de) das pichações, impressionou-me a frase ostensiva. Será que quis dizer: “Fiz tudo como planejei; ninguém me impediu; não pichei mais por falta de espaço; agora estou sossegado”?
Quem não sentiu alívio ao acabar um trabalho exaustivo, penoso mesmo? Estão aí os TCC que comprovam isso. Outras conclusões, além de alívio, causam orgulho e bem-estar. Para não falar do final das guerras, com todas as consequências terríveis para as nações envolvidas e para cada um em particular.
Entretanto, nem sempre é possível concluir algo desejado, pois podem surgir impedimentos como doenças, mudanças ou mesmo desistência por falta de motivação… Como escreveu Guimarães Rosa, “O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem…”
Do mesmo escritor:
“O importante e bonito do mundo é isso: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam.”
Interessante pensar que estamos vivendo num processo contínuo, ainda não acabado, por maior que seja a idade que alcancemos. Sempre é tempo de aprendizagem, de aperfeiçoamento e de santificação. Entretanto, neste último caso, só teremos êxito aceitando o plano perfeito de Deus para a nossa salvação.
Quando Jesus Cristo enfrentou a morte na cruz, com todas as implicações de sofrimento, dor, angústia e agonia indescritíveis, pronunciou as palavras finais ” Está consumado!“, significando missão cumprida. Sim, concluiu, pagou por nós o resgate pelos nossos pecados e ressuscitou, garantindo a vida eterna para todos os que se tornam filhos de Deus.
Esse é o significado da Páscoa: passagem da morte para a vida. Jesus terminou sua obra e abriu a possibilidade de acesso ao Reino do Céu. Aleluia!