O pardalzinho
O pardalzinho nasceu
Livre. Quebraram-lhe a asa.
Sacha lhe deu uma casa,
Água, comida e carinhos.
Foram cuidados em vão:
A casa era uma prisão,
O pardalzinho morreu.
O corpo Sacha enterrou
No jardim; a alma, essa voou
Para o céu dos passarinhos!
Manuel Bandeira
Lembro-me de quando analisava esse poema com alunos de quinta série. Era visível a emoção deles quando concluíam que a liberdade é o maior anseio de todos os seres, humanos ou não.
Hoje uso esse texto de Manuel Bandeira como um pretexto para me referir ao comentário de Jesus, dirigindo-se à multidão que o acompanhava:
“Não se vendem dois pardais por algumas moedas? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do vosso Pai. Quanto a vós, até os cabelos da cabeça estão todos contados. Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais.” (Mateus 10: 29-31)
Mais uma vez o Mestre utilizou as aves para exemplificar o amor do Pai. Mesmo sendo espécies comuns, encontradas em toda a parte, tendo pouco valor de mercado, os pardais merecem o cuidado do Criador, que provê todas as suas necessidades de sustento e abrigo.
Pardais não se preocupam com trabalho, desemprego, crise econômica, inadimplência, não precisam se filiar ao M.S.N. (Movimento dos sem Ninho), pois o salmista afirma que “o pardal encontrou casa e a andorinha ninho para si”. Muito menos temem o calor sufocante ou as baixas temperaturas. Sua qualidade de vida está garantida pelo Deus da Provisão.
“Vocês valem mais do que muitos pardais!” Se nos consideramos filhos de Deus, precisamos confiar nele e em todas as suas promessas que não têm prazo de validade. Claro que valemos mais que as aves do céu e as flores do campo, ao ponto de Jesus Cristo ter dado sua vida por nós.
Pai de amor e misericórdia, recebe nossa gratidão por teu cuidado, que não merecemos. Ajuda-nos a andar contigo e a nos apropriar da bênção da tua companhia. Amém.
Um dia eu conversei com um pardal que dorme numa árvore em frente minha casa, numa avenida movimentada. 7 hs da noite ele já está dormindo todos os dias. Eu lhe perguntei se o barulho dos carros não o incomodava. “Não me incomoda, me faz perceber que os humanos trocam suas relações naturais em relações contra a natureza”…:)
Obrigada pelo comentário.