No livro de meditações diárias de Spurgeon, li um texto do Dr. Payson, no qual compara sua igreja e seu coração ao jardim do preguiçoso. Interessante como ele fala desse jardim mal cuidado, observando que o desejo de melhorá-lo pode ser causado por orgulho, vaidade e indolência.
Se quiser arrancar as ervas daninhas que arruínam seu jardim, esse desejo será causado pela vontade de dizer a si mesmo:”Vejam o excelente estado do meu jardim!”. Isso é orgulho. Pode ser também que seus vizinhos olhem por cima do muro e digam: “Ora, veja como o seu jardim está florescendo!” Isso é vaidade.
Ou talvez esteja cansado de arrancar as ervas daninhas, por isso queira destruí-las. Isso é indolência.
Refletindo sobre esse relato, procurei imaginar meu coração como esse jardim do preguiçoso. Como é fácil, por descuido ou preguiça, deixar que o mato cresça, pragas se alastrem, raízes se aprofundem e tomem conta do terreno. Aos poucos, as belas plantas irão sufocar, por falta de espaço e de nutrientes. Espinhos, folhas e galhos secos tomarão o lugar das flores de antes.
Se isso acontecer, sempre é tempo de socorro. Mas não conseguiremos limpá-lo sem a ajuda do Grande Jardineiro, especialista em restauração. Toda erva daninha pode ser destruída pelo seu amor demonstrado a cada um de nós. Sim, nosso pecado pode ser extinto pelo poder do seu sangue derramado na cruz.
Mas, todo cuidado é pouco! A renovação não deve ser buscada por orgulho ou por vaidade, pois quando o Senhor Jesus leva nosso pecado, Ele apresenta ao seu Pai não a nossa falta de santidade, e sim a sua própria santidade.
Chega de preguiça! Que nosso jardim seja restaurado, com a expulsão da mágoa, da desilusão e de toda raiz de amargura. Que nossas plantas vicejem e produzam flores lindíssimas, pois jardim recuperado significa um bom passo rumo à ansiada santificação.
Lembremos a bela profecia de Isaías:
O SENHOR te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas jamais faltam.”