Você já passou por uma situação em que precisou improvisar, mesmo depois de ter feito um bom planejamento? Pois é, nem sempre tudo ocorre conforme o planejado… Haveria um casamento em outra cidade e precisaríamos sair de manhã, já arrumados, porque chegaríamos direto na igreja.
Então, à noite, separei nossas roupas e resolvi passar o lindo vestido que havia comprado para minha filha adolescente. Adivinham o que aconteceu? Deixei esquentar demais o ferro e, simplesmente perdi o vestido, cujo tecido fino se enrolou todo, em volta de um enorme buraco, bem na frente… Desolada, fui mostrar aquilo para o meu marido que, como eu esperava, não se preocupou muito e sugeriu do seu modo prático: “Ela tem outro, não tem? ” E lá fui falar com a Cíntia, tão penalizada com o desastre, que me preparei para o choro dela, sem saber como poderia consolá-la…
Foi então que tive uma das mais gratas surpresas da vida: ela, sensível como sempre foi, percebendo meu pesar, reagiu com tamanha maturidade que sinto minha alma aquecida até hoje, quando me lembro da cena. Ela me abraçou, parou um pouco e perguntou se eu não havia terminado a blusa de linha branca, de crochê, que estava fazendo pra ela. Faltavam só os botõezinhos… Onde iria arranjá-los àquela hora da noite? – pensei.
Com uma criatividade que me veio do céu, com certeza, fiz umas trancinhas, cruzei-as unindo os lados e obtive um belo arremate. Na manhã seguinte, ela usava a blusa com uma saia bonita e nem falamos mais no lindo vestido destruído.
Toda essa história me veio à memória quando, lendo o livro “A Coragem de ser Imperfeito”, de Brené Brown, me deparei com a frase de Voltaire: “ não deixe o imperfeito ser o inimigo do bom“. De fato, precisamos aceitar muitas das nossas imperfeições… Aprender a se contentar com ” o que temos para hoje” em vez de se angustiar e de se culpar pelo irreparável é uma boa escolha, aquela que pode proporcionar paz.
É Deus quem me reveste de força e torna perfeito o meu caminho”. (Salmo 18:30)
