Na maior e mais luxuosa loja de produtos de beleza que conheci, chegou uma mulher já madura, cabelos escorridos, olhar triste e abatido. Sentada ao lado, bem confortável, enquanto minha filha escolhia perfumes, assisti a tudo, pelo espelho à minha frente.
A maquiadora, uma jovem miudinha e extrovertida, de braços tatuados, acomodou-a numa cadeira e foi logo fazendo uma limpeza no rosto dela, com lenços umedecidos sei lá com o quê. Sempre falando animadamente, foi aplicando cremes, base, blush, sombras, rímel e muito mais coisas, que ia retirando dos bolsos recheados do seu avental.
A senhora, que nem olhara para o espelho, aos poucos, incentivada pela jovem, começou a se interessar. Parecia gostar do que via; examinava-se mais de perto, balançava a cabeça aprovativamente. Era óbvio que estava se achando mais bela; até sua postura era outra. Escolheu vários produtos (caríssimos!) indicados pela vendedora e saiu bem feliz, seu andar acompanhando o ritmo da música agitada.
Presenciando a cena, fiz uma analogia: muitas pessoas, frequentemente ficam abatidas de alma e necessitam também limpar todo resquício daquilo que enfeia e prejudica o aspecto, tanto interior como exterior. Aí estarão prontas para receber os toques da graça redentora que transforma, muda o olhar e a postura diante da vida.
Não se trata de vestir uma máscara, mas de interiorizar valores que elevam a autoestima. Assim, é possível refletir a beleza, o amor que encanta e atrai os outros, não necessariamente pela aparência, mas pela verdadeira empatia, que só conseguem transmitir aqueles que são tocados pelo amor divino.
Ai, amiga! Como me faz bem ler as suas reflexões… Elas enchem o meu coração de esperança….
Abraços,
Marlene
Fiquei um bom tempo, sentada lá na “Sephora” e me impressionei com a cena. A mulher contrastava com todo aquele “glamour” e saiu de lá transformada!