Por: Zeneide Ribeiro de Santana
Naquela tarde de quarta-feira, eu estava bem cansada, atarefada demais, com os pensamentos confusos e embaralhados, sentindo-me até um tanto injustiçada…
Estávamos numa sala do Colégio Eduardo Gomes, já finalizando uma reunião pedagógica.
Então, ouvi:
– Mas que gente mais insensível!
Fui saindo do meu labirinto interior e prestei atenção ao que o Marcelo falava:
– Eu disse que o céu está magenta e ninguém ouviu!
Olhei rapidamente pela janela (continuava apressada) e vi que o céu estava exatamente como ele falou, naquele colorido especial do pôr-do-sol. Lindo, realmente.
Comentei algo como : “É mesmo! E é diferente todos os dias…”
Meu Deus, há quanto tempo não via o pôr-do-sol, um espetáculo que sempre me encantou. Lembrei-me de mim mesma, com meus filhos ainda pequenos, em Serra Negra, observando o sol desaparecer atrás das montanhas e explicando que aquele era um momento único, mágico mesmo.
E então pensei em quanto o trabalho nos subjuga, a ponto de tornar-nos surdos à voz do amigo e insensíveis à beleza que nos cerca. Reaprendi qua às vezes o trabalho pode esperar, o pôr-do-sol, não.
Por isso, Marcelo, sou grata a Deus porque ainda existem pessoas observadoras como você, que, com uma simples frase, são capazes de provocar reflexões.
Que para todos nós, o pôr-do-sol possa representar não um fim, mas um recomeço.
( Texto escrito em março de 2005 )
Muito bom ler isso, especialmente hoje, especialmente nessa época…. é preciso parar e prestar atenção… olhar ao redor… e se encantar com as maravilhas!
É verdade! Tento me lembrar disso sempre. Encantar-se é próprio das crianças; infelizmente nos esquecemos muito rapidamente.