Mais uma da minha irmã Zélia, aquela da Panela velha e da Blasfêmia.
Um dia resolveu mudar o visual: fez novo corte no cabelo, coloriu-os com reflexos. Ela, que já tem boa aparência, ficou ainda mais bela. Quando o marido perguntou se queria ir ao supermercado, aceitou na hora, por falta de um programa melhor para estrear o novo look.
Compraram o que precisavam e já estavam para sair, quando ela resolveu procurar algo na seção de laticínios. De repente, quando estava em frente ao açougue, anunciaram uma oferta-relâmpago: picanha pela metade do preço. Em seguida surgiu um carrinho cheio do produto e parou ao seu lado. Ela nem hesitou: pegou vários pacotes congelados nos braços. Só que muita gente correu para lá e ela se viu prensada entre o carrinho de carne e uma porta. Não podia andar por causa das pessoas ensandecidas, querendo aproveitar a oferta e acabou sendo empurrada para a tal porta, que dava para a padaria. Imediatamente alguém avisou que ali ninguém podia entrar sem uniforme. Ela explicou que não havia como sair e que não aguentava mais aqueles embrulhos gelados nos braços. Então, mandaram que ela colocasse uma touca de padeiro, para atravessar o espaço e sair pelo outro lado.
O marido não tinha visto nada e já estava cansado de procurá-la pelo mercado, que era enorme. (Detalhe: ele é daqueles que não gostam de esperar e começam a balançar as chaves do carro, sinal de que a paciência está se esgotando). Eis que chegou uma mulher despejando pacotes no seu carrinho; já ia protestar, quando viu que era sua esposa usando aquele chapeuzinho estranho, para não dizer engraçado, ocultando os belos cabelos, antes tão arrumados…
Caiu na risada e, claro, contou para todo o mundo. O episódio virou mais um dos micos protagonizados pela querida maninha, sempre relembrado nas reuniões familiares.