Todos animados: várias famílias da igreja passariam o sábado em Campos do Jordão. Planejaram levar lanches a gosto e frutas, entre outros itens, para se juntarem numa confraternização na hora do almoço.
Saíram de madrugada e os mais despertos já começaram a cantar, procurando acordar os dorminhocos que pretendiam continuar o sono interrompido. Como sempre acontece nessas excursões, não faltaram piadinhas e provocações, envolvendo torcedores de futebol. Claro que, se a Diva esteve presente, não faltaram também as guloseimas passadas de mão em mão, além das balas, salgadinhos e chicletes compartilhados.
Muitas curvas depois, chegaram e puderam maravilhar-se com a contemplação daquela cidade linda, cercada de paisagens deslumbrantes. Manhã fria, mas com sol que inundava de brilho as montanhas e os vales. Visitaram vários pontos turísticos e depois se reuniram no local combinado para o almoço. Desembrulhadas as vasilhas, só se ouviam exclamações sobre o aroma convidativo dos petiscos, cada um com aparência melhor que o outro. Todos se aproximaram em círculo para agradecer a Deus pelo alimento. Foi aí que – diz a lenda – a Rosana, esposa do Clóvis, foi chegando com aquela carinha risonha e simpática, trazendo uma tigela com tampa verde, para juntá-la às demais. Terminada a oração, ela abriu a tigela cheia de pedaços bem temperados de frango…cru!!!
Eu não estava lá, mas sou capaz de imaginar o coro das risadas e o rosto da minha amiga se tingindo de rosa, passando pelo vermelho, até chegar ao roxo. Por mais que ela tentasse explicar, não deixavam. Era uma piada pronta.
Segundo ela me contou, bem depois, havia preparado uma torta para levar ao passeio e deixado na outra vasilha igual o frango temperado para sua filha cozinhar no almoço. Na hora de sair, na pressa, não percebeu a troca. Diz ela que sua filha, não encontrando o referido frango, se deliciou com a torta. Ela explica isso direitinho, mas sempre há controvérsias.
Ouvi muitas vezes essa história, que já faz parte do nosso folclore, sempre que se combina uma excursão ou almoço comunitário, na igreja. É só falar em comida que alguém lembra. – “Pode trazer o frango cozido, frito ou assado, como quiser. Só não vale o frango à Rosana…”
