Hipócrita – que palavra feia! Para mim, soa com um palavrão, pois significa tudo que se opõe à verdade, à sinceridade, à transparência.
Hipocrisia tem a ver com simulação e com o desejo de enganar deliberadamente. Não foi à toa que João Batista e o próprio Jesus Cristo condenaram duramente os fariseus, chamando-os de raça de víboras e de sepulcros caiados.
Se realmente desejamos seguir os ensinos do Mestre, precisamos agir como novas criaturas, convertidas à verdade. Devemos buscar novidade de vida, deixar o”velho homem” para trás. Entretanto, essa mudança tem de ser profunda e sincera; não há como ser “meio” verdadeiro, nem “meio” íntegro… Se proclamo a fé em Jesus Cristo, devo procurar seguir seus passos, nas mínimas coisas: respeitar os sinais de trânsito; aguardar a vez nas filas; devolver o troco que veio a mais; não sonegar impostos… e por aí vai.
Quantas vezes nos irritamos com declarações falsas dos governantes, dos acusados de corrupção, dos flagrados em delito! Como nos decepcionamos com pessoas que mentem sem nenhum pudor e ainda querem preservar a aura de santidade! O comentário de uma velha amiga me divertia: “Ouvi uma mentira absurda! Acreditei só por educação!”
Ser íntegro, fugir de qualquer associação com a hipocrisia não é tarefa fácil. Significa praticar a ética de Cristo, que não é para qualquer um, só para quem está cheio do Espírito Santo.
Que, nestes tempos de conscientização, de reivindicações e de revolta cívica, possamos nos examinar e refletir sobre a nossa postura como cristãos. Até que ponto estamos dispostos a abandonar todo resquício de hipocrisia para buscar a autenticidade? Só então, poderemos tentar ser “exemplo dos fiéis na palavra, no trato, no espírito, na fé, na pureza, no amor” (I Tim. 4: 12). Que assim Deus nos ajude!
