Por: Zeneide Ribeiro de Santana
Que diversidade de sons temos ao nosso redor!
Alguns, muito agradáveis: a boa música, o vento soprando suave nas folhagens, o murmurar da água nos rios e cascatas, o canto dos pássaros, entre tantos sons da natureza.
Claro que também há os irritantes: apitos estridentes, ranger de engrenagens enferrujadas, torneiras pingando e outros barulhos repetitivos. Ah, também o som do funk – pelo menos para mim.
Alguns são terríveis, como as explosões, o crepitar das chamas nos grandes incêndios, os trovões ensurdecedores, o rugir das ondas devastadoras nos tsunamis, o tiroteio das metralhadoras…
Conheci uma jovem que me contou parte da sua história, há tempos. Como tantas moças, veio do Nordeste, deixando os três filhos pequenos com a mãe, para tentar a sorte em São Paulo. Determinada e persistente, em dois anos conseguiu alugar e mobiliar um quarto e cozinha, trazer as crianças e colocá-las na escola. Trabalhando duramente como faxineira, mantinha-os e cuidava deles. Não me esqueci do que ela me disse:
– Sabe qual é minha maior alegria? É quando chego no quarto, à noite, e ouço o ressonar dos meus filhos, dormindo alimentados e agasalhados. Agradeço a Deus e peço saúde para continuar a luta.
Só fui entender melhor essa alegria, anos mais tarde, quando também me tornei mãe. Sim, o riso de um bebê é pura música e seu ressonar tranquilo produz um prazer indescritível. Significam “tudo está bem!”
Quais sons podemos produzir para agradar a Deus? Sabemos que Ele habita entre os louvores. Se temos boa voz ou dons para tocar instrumentos, ótimo! Se não, nossa boca pode exaltá-lo e testemunhar seus grandes feitos, falando apenas.
Mesmo se estivermos impedidos de produzir qualquer tipo de som, nossa própria vida poderá se tornar um cântico: “Minha vida cante a Ti” – diz a música. E São Francisco de Assis recomendou: “Evangelize sempre; se necessário, use palavras.”
“Todo ser que respira louve ao Senhor” (Salmo 150:6)