Semblante de Deus

Por: Zeneide Ribeiro de Santana

Creio que todos já ouviram ou falaram frases como estas:

– Chegou com cara de poucos amigos.

– Seu olhar até dava medo!

– Parecia que queria me engolir, de tanta raiva!

– Tinha o ar de quem iria explodir a qualquer momento..

– Minha chefe me fuzilou com os olhos.

Além de “olho gordo”, de serpente ou  de seca-pimenteira… Muito ruim sentir ou provocar esses sentimentos nos outros!

Outro dia prestei atenção numa frase que li: “…vi o teu rosto como se contemplasse o semblante de Deus, e te agradaste de mim.”

Quem disse isso e em qual contexto?

Isaque, filho de Abrão, foi pai dos gêmeos Esaú e Jacó, que, segundo relato das Sagradas Escrituras, brigavam desde o ventre. Jacó, o mais novo, trapaceou seu irmão e o próprio pai idoso e cego, conseguindo ser abençoado como se fosse o primogênito para ter direito à herança da família. Assim, foi alvo do ódio de Esaú, que queria matá-lo.

Refugiou-se, então, bem longe, junto ao seu tio Labão. Lá viveu vinte anos, casou-se e prosperou muito. Quando recebeu ordem do Senhor para retornar à sua parentela, com promessas de grandes bênçãos, obedeceu, embora se sentisse amedrontado, temendo a  ira do irmão que havia enfurecido tanto. Reuniu seu grande rebanho e voltou, com as duas mulheres e os vários filhos.

Durante a longa jornada, só pensava na vingança que o irmão, certamente, lhe preparava e, para abrandá-lo, enviou mensageiros à frente, levando muitos presentes. Porém, Esaú foi ao seu encontro; quando o viu, correu e o abraçou. Os dois irmãos se beijaram e choraram, numa cena emocionante de reconciliação.

Foi nesse momento que Jacó insistiu para que Esaú aceitasse os presentes que havia recusado, dizendo:

“…porquanto vi o teu rosto como se contemplasse o semblante do próprio Deus.”

Imagino que o rosto de Deus só pode refletir a bondade, o amor, a paz e o perdão.

Então, fiquei pensando… Que sensação provocamos nas pessoas que contemplam nosso rosto, dia a dia?