Três elevadores naquela ala do hospital. Nenhum para no sétimo andar. Demora. Impaciência. Até que enfim! Mas vem lotado.
– Será que cabe a gente?
– Cabe, sim! – responde a ascensorista.
E lá vamos nós. De repente, um solavanco e para tudo. Catorze pessoas confinadas naquele cubículo, num calor sufocante.
– Ascensorista, faça alguma coisa!
– Ai, meu Deus, vamos ficar sem ar!
– A moça aqui está no final da gravidez.
– E agora, quem poderá me ajudar?
– E eu, que já enfartei há pouco tempo! – fala um senhor grandão ao meu lado, colocando a mão no peito.
– Culpa da manutenção. Isto é inadmissível!
– Chame o Geraldo!
– Que Geraldo?
– O Alkmin, claro!
– Você aí com o celular, ligue para a Central!
– Minha chefe vai pensar que fugi com a maleta do laboratório…
– Olhe a grávida. Ela pode dar à luz já, já.
– Por favor, o senhor pode tirar esse braço do meu nariz para eu poder respirar? (Essa é minha amiga Kátia, toda educada, uma fineza só!)
– Ah, Senhor, tenha misericórdia!
– Gente, vamos ficar quietos e manter a calma!
– Ai, meu Deus, que calor!
Vinte minutos depois, eis que alguém lá fora abre a porta. Alívio geral. Descobrimos que estamos entre o quarto e quinto andar. Após várias tentativas com banquinho, cadeira e por fim uma escada, saímos engatinhando pela passagem estreita.
Antes disso, um dos mais faladores me deu um jornal, dizendo:
– Pode segurar isso? Vou ajudar a grávida.
Muito interessante! Foi o primeiro a segurar a escada e a sair antes de todos!
Do episódio, aprendi algumas coisas:
– Nunca estamos bem preparados para certas situações de emergência.
– É muito fácil reclamar, culpar alguém, espalhar o pânico.
– O comportamento das pessoas é variado: crítica, autocontrole, solidariedade, egoísmo, desespero, súplica pela ajuda divina…
– Acima de tudo, senti uma gratidão imensa pelo ar que respiramos, mesmo sendo tão poluído. Aquela lufada de ar fresco chegou como uma bênção incomparável, depois de tanto sufoco.
– Se as riquezas são mal distribuídas entre os homens, o ar – igualitário – é patrimônio de todos e de cada um. Graças a Deus, que é “meu respirar…”
–
Realmente reconhecemos quanto Deus nos dá, quando perdemos o nosso poder de resolver . Deus nos perdoe e nos ajude á confiar Nele. . há muitas portas fechadas , elevadores parados ,pessoas doentes e muitos outros entregues e sem fé.Agradeço meu Senhor e meu Deus,por estar em minha vida. Obrigada ,querida cunhada, por estas pitadas de conforto e avivamento .
Obrigada pela gentileza do seu comentário. Sejamos mesmo muito gratas a Deus que nos sustenta em todas as situações. Grande abraço..
Seria cômico se não fosse trágico .., mas sei exatamente o que vocês passaram pois passei pela mesma experiência duas vezes. A primeira foi no prédio de um dos componentes daquele famoso grupo de oração e era a primeira que eu ia depois de ter feito uma cirurgia… Me lembro da Dona Arlete se esquecer que estava de saia e foi umas das primeiras a sair… A outra foi no Rio e ficamos quase uma hora trancadas até o bombeiro chegar… Um verdadeiro sufoco realmente!
Experiência nada agradável, não é? Como o calor estava fortíssimo, muitas mulheres estavam de saia, eu inclusive… mas o importante era sair dali. Só depois de tudo é que a gente consegue rir da situação. Grande abraço.