Saudade do tempo em que
o vento era apenas vento,
a chuva era apenas chuva,
o barro era apenas barro.
Tudo em mim se acostumava:
a brisa sacolejando,
as gotas lavando folhas,
a lama tirando sarro.
Na Serra, menina, eu via:
vendaval pedindo água,
chuvisco formando lodo,
lama alegrando a gente.
Sem mais, inocência voa.
E o vento assobia lama,
a chuva castiga os ares,
o barro tortura a mente.
Na alma, o que sobra, clama:
Sopre, vento da empatia!
Caia, chuva da paciência!
Suje, lama da esperança!
Que eu tenha a saudade boa
De saber que não é vento,
Chuva ou barro o motivo
Do sorriso da criança.
(Cíntia Santana)
Tal mãe, tal filha… Lindo!