Por: Zeneide Ribeiro de Santana
Como assim, poeta? Tristeza precisa acabar, sem dúvida.
Será que é possível alguém viver com o peito apertado, nó na garganta, lágrimas teimando em deslizar pelo rosto marcado pela dor? Por um momento, alguns dias, um mês, já é difícil, mas, como suportar essa inquietude perturbadora para sempre?
Tristeza e depressão caminham juntas, parece. Os sintomas se cruzam frequentemente e teimam em não desaparecer tão rápido. Sei que é preciso respeitar o tempo da tristeza. Cada um tem o direito legítimo de se entristecer, sejam quais forem os motivos, todos íntimos, particulares, únicos. E também o direito de se lamentar. “Nervos de aço” só no título da música de Lupicínio Rodrigues… Porém, essa não é a hora da crítica, nem da censura. É o momento de se demonstrar companheirismo e solidariedade.
Recuso-me a aceitar a infinitude da tristeza. O que sei é que se perdurar por muito tempo, há necessidade, além de esforço próprio, de acompanhamento médico e até de terapias específicas para combater esse mal.
Ouvi uma personagem de uma série de TV dizer para sua filha: “Aja como se tivesse fé e a fé virá até você.” Será que, se agirmos como se estivéssemos alegres, a alegria também não viria até nós? Não custa experimentar…
“O choro pode persistir uma noite, mas de manhã irrompe a alegria”. (Salmo 30:5)
“Não entregues tua alma à tristeza, não atormentes a ti mesmo em teus pensamentos. A alegria do coração é a vida do homem e um inesgotável tesouro de santidade; a alegria do homem torna mais longa a sua vida.” (Ecl. 30-22)
“Portanto, não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força.” (Neemias 8:10)
“Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! ” (Fil. 4:4)
” Ele enxugará dos olhos todas as lágrimas. Não haverá mais morte nem tristeza, nem choro nem dor.” (Apoc. 21:4)
Sim, minha gente, tristeza precisa ter fim!
Hoje estamos muito tristes…. É uma tristeza profunda, que é a somatória das muitas tristezas que o brasileiro vem enfrentando em seu cotidiano….
Me preocupo com o que virá depois dessa decepção… A tristeza precisa ter fim, mas está difícil!
Há tristezas piores …Ainda bem que temos tendência para rir dos próprios infortúnios…