O que você vê?

Ali está uma pedra tosca: mármore em estado bruto. O artista olha para ela e vê uma figura brotando daquela pedra. “Um anjo!”- diz. E começa a trabalhar. Aos poucos, o anjo vai tomando forma e  assim nasce a linda escultura.

Uns pacotes de lã macia, de cor suave, chamam a atenção da artesã. E ela antevê a bela manta que agasalhará uma criancinha. Então, com suas mãos de ouro, tece os fios delicadamente até completar o trabalho: uma maravilhosa coberta para o esperado netinho.

O agricultor olha o matagal: pedras, espinheiros, abandono… Mas, algo faz mudar a expressão do seu rosto. É que ele vê a terra roçada, arada para o cultivo. Vê também as sementes germinando uma a uma e a verde plantação crescendo – fruto do seu trabalho.

O artista, o artesão, o agricultor veem o que os outros não enxergam, porque eles sonham, mas também conhecem a própria capacidade criativa e usam toda a disposição para atingir o alvo sonhado.

O que vemos quando encontramos uma linda criança saudável? E se ela  for carente, abandonada ou maltratada?  Um morador de rua, sujo e maltrapilho pode ter sido antes um intelectual, um empresário ou mesmo um artista… Mas, nossos olhos preconceituosos se desviam dessas pessoas, pois as julgamos incapacitadas, preguiçosas, acomodadas, perigosas, até. São todos uns perdedores, cuja simples presença nos perturba e irrita.

Diferentemente, Deus nos vê como somos e nos analisa em profundidade. Mesmo assim nos ama a ponto de doar seu filho para nos proporcionar a vida eterna. Só o amor de Deus pode nos capacitar a modificar nossa visão, por meio da fé, que “é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se vêem...” (Hebreus 11:1).

Para encerrar, uma pergunta difícil: “Quando você se olha no espelho, o que você vê?”