Cotidiano

Ser diferente

 

diferentePor: Zeneide Ribeiro de Santana

O coral “Um Cântico de Fé”, da IPI de São Caetano do Sul possui três togas de cores diferentes, que usa para se apresentar. No último domingo, entraram vestidos com a toga azul forte. Logo após a leitura bíblica,  sob o comando da regente, levantaram-se todos para cantar o primeiro hino. Nesse momento, entrou uma coralista atrasada e se postou na primeira fila, usando toga …vermelha. Foi visível o ar de riso disfarçado que tomou conta dos companheiros e de todos que observaram a cena. Ela, no entanto, envergonhada pelo atraso, nem olhou de lado e cantou bem, como sempre, juntando sua bela voz de soprano à das outras. Só quando acabou, alguém chamou sua atenção.  Então, vermelha até a raiz dos cabelos, saiu para se trocar e voltou de azul, como os demais.

Foi interessante notar como se sobressaiu aquela cor vibrante no conjunto azulão. Desse episódio, tirei algumas conclusões:

– Muitas vezes, distraidamente ou não, passamos por situações semelhantes. Ficamos em evidência, mesmo sem querer.

– Nem sempre é fácil manter a postura quando nos tornamos o centro da atenção pela nossa divergência.

– Em certos casos, é mais aconselhável moldar-se ao conjunto, juntar-se a ele, para compor a unidade.

– Entretanto, quando nos posicionamos diferentemente de todos por convicção, com certeza da correção da nossa ideia, é necessária muita coragem para defender essa opinião divergente, com humildade, sem nenhuma arrogância.

– Lembrei-me da frase “Ser diferente é normal”, nome de uma música de Gilberto Gil e também de uma campanha de conscientização sobre inclusão de portadores da Síndrome de Down. Ótima ocasião para refletirmos sobre o acolhimento que damos aos considerados diferentes, dentro da nossa comunidade evangélica.

Termino com a frase meio complicada de Isaac Newton: “A unidade é a variedade, e a variedade na unidade é a lei suprema do universo”.

Não disse que você viria para o meu Blog, Dinair querida?

 

 

About the author

Zeneide

Meu nome é Zeneide Ribeiro de Santana, professora de Língua Portuguesa e Literatura. Já sou aposentada e aproveito meu tempo lendo bastante e tricotando um pouco.

2 Comments

  • Sen-sa-cio-nal!!!!!!!!! Querida irmã!!! Ri muito (novamente) Que talento! Que honra ganhar uma crônica só prá mim…Valeu o vexame! Beijos!

  • Obrigada! Tomei a liberdade de escrever sobre esse assunto porque sei que você não se importaria. Foi muito engraçado e por isso não pude deixar de registrar… Isso vai fazer parte do folclore da igreja, como o frango cru da Rosana. Beijo.