São muitos os pensadores que nos induzem a viver o tempo presente, a curtir o agora, uma vez que o passado é irreversível e o futuro, imprevisível.
Realmente, ninguém pode viver bem apenas recordando os bons e velhos tempos, ou sonhando com situações hipotéticas, quando tudo será maravilhoso. Isso chega a ser alienação.
Por isso, parei para refletir sobre a frase do religioso francês Henri Lacordaire (1808 – 1861):
“Entre o passado, onde estão nossas lembranças e o futuro, onde estão nossas esperanças, há o presente, onde estão nossos deveres”.
Deveres? Que palavra desagradável! Quem quer pensar nisso nos dias de hoje? As pessoas se interessam mesmo é por conhecer seus direitos. E não apenas conhecer, mas exigir!
Sou de uma época em que, além das lições de casa (com pesquisa nas bibliotecas, sem xerox, sem internet…), havia também obrigações: arrumar a cama, guardar materiais escolares e brinquedos, regar as plantas, ajudar na manutenção da limpeza da casa… Dávamos um jeito de repartir essas tarefas entre as quatro irmãs e cada uma procurava fazer sua parte com maior ou menor boa vontade. Claro que sempre havia alguém que escondia a leiteira embaixo da pia, para a próxima lavar… (Um pirulito para quem adivinhar qual das “Zês” fazia isso!)
Interessante que ninguém adoeceu por auxiliar a mãe, sempre atarefada com suas costuras. Sobrevivemos todas!
Evidente que hoje a realidade é outra e não me refiro só às atividades domésticas. A correria é geral e, nas grandes cidades, o trânsito consome muito tempo das pessoas, além de estressá-las. Mas, alguns deveres são imutáveis, especialmente aqueles que aprendemos na família e na palavra de Deus: respeito, dignidade, integridade, solidariedade, gratidão, por exemplo.
De tempos em tempos temos de exercer um dever importante: escolher nossos representantes políticos. Apesar de toda decepção que já sofremos, bom seria refletir e votar conscientemente, quem sabe no menos pior… com a esperança de dias melhores. Orar pela Pátria também. Que Deus nos abençoe!