“Faz alguns anos trabalhava na Itália um grande artista em mosaicos. Ele tinha um jovem aprendiz que limpava e varria o estúdio. O rapaz notou quantos cacos de vidro e pedra eram atirados ao chão e varridos para o lixo e pediu ao seu mestre permissão para recolhê-los. Alguns meses mais tarde o mestre surpreendeu-se ao ver, escondida num depósito, uma bela obra de mosaico, executada pelo rapaz com os fragmentos atirados fora.”
Então, fiquei pensando, nesta época de tanto desperdício, em que parece estar-se formando uma consciência de reaproveitamento. Cito alguns exemplos: há décadas, a avó Carolina fazia bons acolchoados com roupas velhas, usadas, que ia costurando a mão, com linha forte, sobre um cobertor ou colcha também reaproveitados. Depois de pronto, colocava uma capa de chita vistosa e estava concluído o precursor do edredon. Além de agasalhar a família, recebia encomendas, o que ajudava muito na renda familiar. A vó Tila, mestra dos crochês, aproveitava restos de linha e de lã para fazer trabalhos coloridos, lindos, como suas colchas de hexágonos, que ainda existem, mais de 30 anos depois de sua partida. A tia Maria fritava cascas de batata deliciosas, minha irmã Zeni fez curso de reaproveitamento de alimentos e tem ótimas receitas, todas nutritivas e saborosas. E por aí vai… Sei que todos têm algo para acrescentar.
Podemos argumentar que não temos jeito para essas atividades. Então é bom lembrar que Deus capacita as pessoas, se elas tiverem boa vontade. Não foi o que aconteceu na época de Moisés? “Eu escolhi Bezalel…e o enchi do Espírito de Deus, dando-lhe destreza, habilidade e plena capacidade artística para desenhar e executar trabalhos em ouro, prata e bronze, dando-lhe destreza, habilidade e plena capacidade artística (Ex.31-34)
Podemos também juntar os fragmentos do nosso tempo, conhecimento, oportunidades, para formarmos um mosaico vivo que seja útil para as pessoas e para a glória de Deus.
