No alto da porta do casarão antigo está a data em relevo: 1919. Sede de uma fazenda de café, propriedade de uma família de origem italiana que a construiu e ali formou seu lar. Tive o prazer de conhecê-lo na primeira vez que fui a Serra Negra.
Muito bom passar uns dias lá, respirar o ar puríssimo, desfrutar da paisagem, do leite fresco, das muitas frutas do pomar e, principalmente da amizade de pessoas tão amáveis. Na horta bem cuidada havia, e ainda há, uma pereira muito produtiva e alguns mamoeiros com frutos bem doces, para delícia das pessoas e dos pássaros.
Pois uma chuva forte derrubou o maior de todos, que se partiu, espalhando mamões verdes por todos os cantos. Claro que foram aproveitados pela amiga Dalva, para um doce muito bom, apurado vagarosamente no fogão a lenha.
Tempos depois, numa nova visita, fui olhar as plantas, me lembrando do mamoeiro. E não é que o tronco quebrado havia se inclinado sobre uma pilha de tijolos e não morreu? Estava de novo se endireitando, com novos galhos, cheio de flores e já com mamõezinhos em crescimento.
Fiquei fascinada com aquilo e pensei em como a natureza se reorganiza para preservar a vida e se recuperar de uma perda quase fatal.
Grande lição para todos nós: que as tempestades, os imprevistos que nos fazem oscilar sirvam para nos fortalecer. Que não permaneçamos caídos, mas saibamos lutar, fazer nossa parte e, assim, contribuir para a própria restauração. E que Deus nos ajude, sempre!
Que tenhamos a mesma capacidade deste mamoeiro, saibamos cair, levantar e renascer quantas vezes forem preciso.
Amém! Que assim Deus nos ajude ! Beijo.