Quantas vezes encontramos pessoas que nos cumprimentam sorrindo e não as reconhecemos! E não por falha da memória. O oposto também pode ocorrer e, se não se lembram de nós, ficamos um tanto frustrados.
Claro que professores, que trabalham com muitas turmas todos os anos, nem sempre reconhecem seus alunos quando os veem crescidos, formados, ou até casados, com filhos. Alguns conservam a mesma fisionomia, mas outros cresceram bastante ou engordaram e fica difícil resgatar a lembrança.
Ficamos entristecidos quando notamos pessoas com aspecto envelhecido, maltratado por alguma enfermidade. Os que perderam os cabelos por efeito da quimioterapia provocam compaixão e nos levam a refletir sobre nossa própria vida: de um momento para o outro poderemos também estar nessas mesmas condições…
Tive, no Ensino Médio, uma boa aluna, negra, com cabelos muito enroladinhos, que mantinha presos, bem esticados. Parecia sempre encolhida, ar tímido, voltada para si mesma. Anos mais tarde a encontrei e só a reconheci quando ela se apresentou me abraçando, toda sorridente. Disse que, enfim, tinha assumido sua cor e seus cabelos, que agora usava soltos e relaxados. Estava linda e exibia um sorriso feliz enquanto balançava a bela cabeleira. Havia concluído a faculdade e arranjado um ótimo emprego.
Temos dificuldade em reconhecer pessoas que se submeteram à cirurgia plástica ou de redução de estômago, também as que mudaram seu visual ou o modo de se vestir.
Porém, Deus nos reconhece sempre, não importa qual seja nossa aparência, nosso estado físico, emocional ou espiritual. Independente das nossas condições ou por onde tenhamos andado, talvez nos distanciando da sua presença. Aliás, diz em sua Palavra que nos viu ainda informes, no ventre materno! Isso porque seu amor nos alcança, nos acolhe e nos abençoa de tal modo que nos sentiremos incluídos quando ele disser:
” ‘Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que foi preparado para vocês desde a criação do mundo.”
(Foto gentilmente cedida pela querida Amanda Tobias)