Retirantes, como sabemos, é o nome que recebem aqueles que saem do seu lugar de origem, geralmente inóspito e árido, em busca de um local que ofereça melhor qualidade de vida.
São muitas as obras literárias que tratam desse tema, nenhuma, talvez, melhor que “Vidas Secas”, do grande Graciliano Ramos. No seu estilo seco, conciso, incomparável, ele retrata com maestria o drama da seca vivido por Fabiano, Sinhá Vitória, seus dois filhos e a cachorra Baleia.
Falta de recursos, ignorância, dificuldade de comunicação se aliam à fome, produto do clima desfavorável, tudo concorrendo para a peregrinação da família em busca da sobrevivência. Realidade ainda nos dias atuais, em muitas regiões brasileiras. Que dizer, então, dos pobres retirantes de hoje, refugiados procurando países onde possam ter condições de sobreviver com dignidade?
Refletindo na triste situação dessas famílias, vem-me à mente a fuga do povo hebreu do cativeiro egípcio, sob a liderança de Moisés. Pelo relato bíblico, percebemos o quanto foram abençoados, mas também ingratos, reclamando sempre, apesar das provisões que recebiam de Deus. Por desobediência, a posse da terra prometida foi adiada por muitos anos.
Ilustrei o texto com a foto da página Resiliência: “do parto em diante, todo mundo é retirante.” Pensando assim, estamos todos numa caminhada, à procura de uma boa situação, que nos proporcione satisfação ou razoável condição de vida. Inconformados com nosso “status quo”, vamos em busca de algo que preencha nossos mais profundos anseios.
Não passamos, necessariamente, por tantos obstáculos; satisfação e alegria nos acompanham, alternando-se com doses de sofrimento. Nesse itinerário, precisamos de foco, de orientação, de liderança. E quem melhor que o nosso Deus para nos conduzir?
“Sou eu o Senhor teu Deus quem te conduz pelo caminho que deves viver!” (Is 48:17)
“O caminho de Deus é perfeito” (II Samuel 22: 31)
“Senhor, indica-me o caminho dos teus decretos, e minha recompensa consistirá em observá-los. (Salmo 119:35)
Sejamos caminhantes obedientes à voz do Guia para chegarmos em paz ao bom lugar que, certamente, ele já nos reservou.