Muitas vezes nos surpreendemos com mudanças nas pessoas, tanto no físico como no comportamento. Chegamos a ter dificuldade para reconhecê-las.
O primeiro impacto, creio, é visual: emagrecimento (ou o contrário), envelhecimento precoce, corte ou cor do cabelo modificados… Mas também podem nos surpreender as novas atitudes, o modo mais ou menos refinado de expressar opiniões.
Triste quando ouvimos histórias de separação porque ele(ela) já não é mais o(a) mesmo(a), quase o oposto de antes. Não apenas casamentos, outras relações se rompem pelo desgaste, por diferenças na maneira de ver o mundo, por novas opções políticas, religiosas ou sexuais.
Felizmente acontecem mudanças positivas, como a superação de uma situação difícil pela maturidade, aceitação ou rejeição da realidade anterior.
Nesse sentido, dois casos me inspiram. Discípulos de Jesus, interrogados pelo Conselho Superior por terem curado um enfermo, falaram ousadamente sobre a vida e a morte do Mestre. E “vendo a coragem de Pedro e de João, e percebendo que eram homens comuns e sem instrução, ficaram admirados e reconheceram que eles haviam estado com Jesus.
Pudera! Rudes pescadores, incultos, haviam passado três anos na melhor universidade de todos os tempos, aprendendo diretamente com o Mestre dos Mestres. Não podiam mais ser os mesmos.
Outro caso é o de Ana, a mulher estéril, constantemente humilhada pela outra esposa do marido, que era mãe e não perdia oportunidade para ridicularizá-la. Em lágrimas, derramou-se perante o Senhor pedindo a bênção da maternidade. Observada pelo sacerdote Eli, que a julgou embriagada, contou-lhe sua amargura de alma. Ele a consolou e profetizou o atendimento da sua oração . “Então ela seguiu seu caminho, comeu, e seu rosto já não estava mais tão triste.” Não era mais a mesma.
Nós também, nestes dias conturbados, podemos ser transformados pelo poder renovador do Santo Espírito de tal forma que não sejamos mais os mesmos. Basta buscar o Pai, que está sempre perto, para nos tornarmos alvos das suas consolações.