Texto compartilhado do Blog do Amilton Menezes:
O que você diz para confortar alguém que esteja desconsolado? O mundo está cheio de promessas quebradas, lares destruídos, corações quebrantados, mentes divididas.
Como cristão, você anda no meio da angústia de um mundo arrasado, sendo você mesmo vítima de dor e injustiça. Como você pode ajudar a atenuar um pouco a desgraça? Por onde começar?
1 – Abaixo as frases feitas. Poucas frases de consolo são mais artificiais do que um chavão decorado, superficial. “Quando você chegar ao fim de sua corda, amarre um nó e segure firme” é o tipo de consolo insípido para um homem ou uma mulher cujo casamento está se desfazendo.
“Que possa haver nuvens suficientes em sua vida para dar um lindo pôr-do-sol” pode soar interessante enquanto o sol brilha. Mas no escuro, parece até gozação.
2 – Resista à tentação de usar a abordagem “sei exatamente como você se sente”. Você não sabe. Você pode ter experimentado uma mágoa semelhante ou idêntica. Mesmo assim, você não sabe se a outra pessoa não é traumatizada.
Todos nós reagimos de maneira diferente àquilo que a vida nos oferece, dependendo de uma complexa série de fatores. O que somos hoje é o resultado de tudo aquilo que passamos. Duas pessoas não reagem de maneira idêntica ao mesmo conjunto de circunstâncias.
O fato de termos passado por uma experiência semelhante pode nos colocar numa posição favorável para ajudarmos, mas sem dizer: “Sei exatamente…”
3 – Não banque o psicanalista. Poucas pessoas apreciam que todas as suas reações sejam pesadas e avaliadas. Numa situação calamitosa, seu amigo tem muitas necessidades. Um psicólogo amador bem-intencionado não é uma delas. O que fazer então?
Não existe uma fórmula pronta. Aquilo que você diria talvez não seja o que eu diria. O que você diria ao vizinho da esquerda, talvez não diria ao da direita.
Isso ressalta um princípio importante: em vez de decorar “alguma coisa para dizer”, o consolador deve pretender desenvolver uma certa sensibilidade para com as necessidades das pessoas.
Em alguns casos, o fato de estarmos presentes pode ser a melhor contribuição que podemos dar. É aqui que o discernimento santificado poderá lhe dar algumas dicas.
Um simples telefonema para dizer: “Ouvi falar da tragédia que você sofreu e liguei só para lhe dizer que me coração se solidariza com o seu neste momento. Estamos orando para que o Senhor esteja bem perto de você nesta hora.” Talvez isso seja o bastante, para um determinado caso.
Para outro, sua missão de consolador talvez signifique ficar escutando um coração amargurado desabafar e relembrar.
Aqui de novo, não cabe a nós tentar encontrar e distribuir soluções para as incógnitas da vida, mas apenas mostrar que nos preocupamos, escutando o que a pessoa tem a dizer.
Amigos bem intencionados frequentemente encerram uma visita ou telefonema com algo assim: “Diga-nos se houver alguma coisa que nós pudermos fazer por você.” Mas sua ajuda nunca é solicitada. Dificilmente um viúvo irá falar a alguém sobre a roupa suja que precisa ser lavada.
Portanto, em vez de dar a entender que você está disposto a ajudar, ore pedindo sabedoria para saber exatamente o que precisa ser feito. E faça-o.
“Você permite que eu tome conta das crianças esta tarde para que possa ter um tempinho livre?” “Acabei de tirar um pão quentinho do forno. Qual seria a melhor hora para passar aí e deixá-lo?”
Ou talvez: “Junte toda a roupa suja que tiver, porque vamos passar em sua casa por volta das quatro para apanhá-la”.
Uma ajuda real onde for necessário pode ser um exemplo vívido de teologia aplicada.
Não me consta que Jesus tenha perguntado alguma vez: “Se há alguma coisa que posso fazer para ajudar, conte comigo”. Ele via qual era a necessidade e a supria. Certamente, Ele nos diria: “Vai e procede tu de igual modo”.
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