A sogra

Meu nome não é importante, nem aparece nos Evangelhos. Tornei-me conhecida como a sogra de Pedro.

Sei que Sogra é palavra que não soa bem. No mínimo provoca um risinho ou exclamações: Ah! Sei! Hum!

Sim, minha filha casou-se com Simão Pedro, o pescador. Boa pessoa, muito trabalhador, mas bem esquentadinho. Do tipo impulsivo, sabe? Foi um choque para todos nós quando ele conheceu Jesus e começou a segui-lo. Mas, ele mudou muito e até seu temperamento começou a melhorar.

Conto, sim! Acordei mal naquele dia, com dores no corpo todo e febre alta. Não tinha disposição para nada e minha filha ficou preocupadíssima. Foi aí que Pedro chegou com o Mestre e seus amigos.

Então, Jesus veio me ver e olhou bem para mim. Que olhar! Parece que via através de mim, além do corpo… Transpassou-me a alma! Segurou minha mão e, de repente, muito de repente, o mal-estar foi se retirando e comecei a me sentir bem. Foi um toque tão especial, que atingiu a profundidade do meu ser e renovou minha energia.

O que eu fiz? Levantei-me imediatamente, peguei meu avental e fui à cozinha preparar alguma coisa boa para servir ao Mestre.

Sim! Servir como ele fez e ensinou a fazer. Meu jeito de demonstrar gratidão. E como foi bom vê-los se alimentando daquilo que preparei com tanto carinho!

Ele não foi logo embora, não! À tarde, nossa casa se encheu de enfermos e até endemoninhados, que ele curou.

Às vezes penso no porquê daquela enfermidade tão repentina e não entendo. Mas quando me fixo no Para quê, aí me vem, com clareza, a ideia de que tudo aconteceu para que se manifestasse a glória de Deus. Então, sinto-me honrada e feliz por ter aprendido uma lição: devemos retribuir o bem que nos fazem. E nem sempre o dinheiro vem ao caso. Há muitas formas de agradecer e o serviço ao próximo é uma das mais importantes.

Não foi o que escreveu o salmista:“Servi ao Senhor com alegria e apresentai-vos a ele com cânticos”?