Como cristãos, somos incentivados a ser sal e luz: ” Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus“. Mateus 5:16 …
Ninguém contesta o valor dessas recomendações. Bom mesmo seria que tivéssemos uma vida tão exemplar, um comportamento tão correto, um altuísmo tão grandioso que pudéssemos irradiar uma luz intensa, que refletisse a própria luz de Cristo e proclamasse a verdade do seu Evangelho…
Acredito que essa deveria ser nossa meta e que a busca da integridade estivesse em primeiro lugar no nosso propósito de vida. Tudo isso se refere à luz que devemos ser, naturalmente.
Entretanto, uma citação do escritor Mia Couto me fez pensar muito:
“Para que as luzes dos outros sejam percebidas por mim, devo por bem apagar as minhas, no sentido de me tornar disponível para os outros.”
Essa frase teve o efeito de uma boa paulada nas minhas ideias. De fato, por que só a minha luz deverá brilhar? Só eu sou a detentora do brilho que nem é meu, mas só o reflexo da luz de Cristo? Será que ando tão envolvida com a função de iluminar que não percebo que os outros também podem fazer isso e, às vezes, bem melhor que eu?
Sim, creio que devo não apagar, mas pelo menos diminuir a incidência dos meus raios luminosos, para poder perceber o brilho do meu próximo.
A recomendação é para todos, de acordo com as possibilidades de cada um. Não precisamos nem nunca devemos nos orgulhar de nada; basta, com humildade, tentarmos ser disponíveis para acolher, consolar e orar pelos outros. Sim, orar todos podem!
Com certeza, nossa claridade, por pequena que seja, somada à dos outros, conseguirá afastar ou, quem sabe, eliminar muitas trevas!
Que assim Deus nos ajude e abençoe!