Marquei um encontro com O Criador para ver o pôr-do-sol. Precisava admirar aquelas cores no horizonte, como que para recarregar as baterias da minha alma! Pensei o dia todo nesse momento tão especial. Meu coração era todo expectativa para ver o quadro que o Senhor pintaria hoje.
Às 17:30 em ponto estava eu no parque combinado, certa de que Ele ali me encontraria. Ah, como ansiava por um tempo de silêncio e contemplação. Sentir o calorzinho do sol e admirar a Golden Hour, quando tudo sempre parece mais quente e aconchegante: era disso que eu precisava.
Chego lá e… ué… Nuvens negras?
Cadê aquele céu cor de rosa alaranjado que nunca paro para admirar em meio à correria?
Ouso questionar, enquanto caminho com leves gotas frias caindo sobre o capuz preto que me abriga: “sério, Deus? Justo hoje? Eu me preparei, priorizei estar com o Senhor pra admirar sua criação! O céu vai ficar fechado? Isso não era o que eu esperava, não foi o que eu pedi!”
Antes de terminar a frase, algumas verdades carinhosamente invadem minha alma. Sim, Ele estava lá e havia me encontrado:
– O Senhor é quem determina quando há sol ou quando há chuva. Quando há fartura e quando há escassez. Quando há silêncio e quando há som. Ele é Soberano. Dele dependemos em absolutamente todas as áreas.
– O céu escuro nos lembra que por cima das nuvens sempre haverá o sol. Deus é quem decide se hoje o veremos ou se, simplesmente, precisamos confiar nessa verdade e contemplar as gotículas de misericórdia que caem sobre cada folha das árvores – que, por sua vez, não estão preocupadas com o amanhã.
– Mesmo na pior das tempestades há cor. O céu não ficou preto. Ficou primeiramente lilás acinzentado, depois se avermelhou, partindo para um marrom queimado meio vintage. Tão bonito, tão único. Nem todas as cores de Deus são vivas.
– Definitivamente, não somos nós quem marca horários com Deus e, muito menos, quem exige um pôr-do-sol particular, para nosso próprio deleite. O não de Deus nos mostra amor. Nos prova que, apesar da nossa prepotência, da nossa miséria e da nossa pequenez, Ele se importa em nos ensinar.
Agora sei que se quiser encontrá-lo, Ele certamente estará lá. Mas quem dirá como serão as coisas não serei eu e, sem dúvida, elas serão bem melhores assim.
Lindo mostrar que podemos aproveitar para apreciar a situação até mesmo quando tudo foge do esperado. Basta mesmo a fé e a visão de que Ele saber o melhor para todos, e não para um só…
E verdade, Maura! Ter a certeza de que Ele sabe o que é melhor para todos… isso é ter fé. Deus nos ajude a estar sempre conscientes dessa sabedoria. Grande beijo.