Eu só confio no Senhor

A toda hora somos informados de que é preciso ouvir as pessoas. Falar demais ou fora da hora é prejudicial a qualquer tipo de relacionamento. Responder ou palpitar antes que o interlocutor termine seu raciocínio é pura falta de educação.  E por aí vai. Não discordo, absolutamente.

Claro que falar menos economiza muita dor de cabeça, evita mal-entendidos e previne discussões desnecessárias.

Pensando em tudo isso, com o tempo fui adquirindo o hábito de não expor meus sentimentos. É muito difícil me expressar verbalmente sobre o que vai lá no íntimo, na parte mais profunda onde mora a dor e a saudade tenta se esconder. Quase impossível.

Não consigo expressar com palavras as emoções mais caras, pois tenho a impressão de que iriam me ouvir julgando ou desprezando os sentimentos que compartilhasse. Além disso, como saber que tudo não seria espalhado aos quatro ventos, com alterações ou acréscimos? Talvez, por isso mesmo, tenha escolhido as palavras escritas…

Então, no caso de alguém tentar forçar confidências, estou ficando perita em desviar o assunto, em reverter o interrogatório, educadamente.

Falta de confiança – dirão, talvez com alguma razão, apesar de saber a importância de ser ou ter confidente leal e sincero.

Mas, na realidade, é possível que isso aconteça porque sou excessivamente observadora. Já vi muita história contada sigilosamente ser divulgada sem pudor. Já ouvi o relato de casos particulares serem expostos em público, em tom irônico ou de zombaria.  Até houve quem me confidenciou algo pedindo maior segredo e depois, a própria pessoa contou tudo aquilo para quem quisesse ouvir…

Então, prefiro confiar o que sinto ao Senhor, em oração. Como é bom saber que ele ouve, entende, perdoa, conforta, ensina e abençoa! Nele está minha confiança plena e a esperança de que a resposta chegue no momento oportuno. Só por acreditar nisso, minha alma fica em paz .