- Passava pela calçada em frente ao hospital quando vi uma senhora andando com dificuldade. Quando ela derrubou a bengala, corri para ajudá-la, mas parei quando ouvi:
-Pode deixar! Não precisa, eu mesma pego.
E a mulher, de pouco mais de sessenta anos, colocou uma das mãos no muro e se abaixou devagarinho até conseguir apanhar a bengala. Então me disse:
– Desculpe por não aceitar ajuda, mas preciso me virar, pois quando não tiver ninguém por perto, como vou fazer?
Aí me contou que esteve muito doente e chegou ao ponto de não poder ficar sozinha. Na cadeira de rodas, praticamente não se mexia e a filha lhe dava comida na boca. Parecia estar no fim da vida, um desânimo só. Foi quando viu uma reportagem na televisão que a fez mudar completamente. Era sobre uma jovem que não tinha braços nem pernas e levava uma vida quase normal. Fazia tudo que era possível com a boca, inclusive pintava quadros.
Isso a fez dar uma guinada no seu comportamento. Em vez de ficar mergulhada no pessimismo, assumindo o papel de vítima, começou a reagir. Hoje mora perto da filha, que lhe dá assistência, mas consegue se locomover, embora não muito bem e se considera independente. Sua vida mudou e ela se sente muito melhor.
Desejei-lhe bom dia, quando ela se foi no táxi e retomei meu caminho pensando, pensando…
Lembrei-me da minha netinha, a pequena Bel que, comovida com as pernas tortas de uma jovem, orou pedindo ao Papai do Céu que curasse as pessoas que não podiam andar direito ou que usavam cadeira de rodas.
Sempre acreditei na soberania de Deus, mesmo achando difícil entender tantas coisas. Sei que Ele pode curar quem e quando quiser, pois tem poder para isso e para muito mais. Entretanto, como não saber se aquela senhora com quem falei não foi curada, de certa forma? Talvez, em algumas circunstâncias, a cura interior seja mais importante e prioritária!
“E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve.” (I João 5:14)
“Em qualquer tempo em que eu temer, confiarei em ti”. (Salmo 56:3)