Gosto da palavra suavidade, tanto pelo som como pelo significado. Embora às vezes seja usado com sentido deturpado, o adjetivo suave também me agrada, como no título do filme “Suave é a noite”, toque suave , voz suave, fardo suave…
Mahatma Gandhi, o líder indiano adepto da não violência, disse que “de modo suave, você pode sacudir o mundo.”
Já Fernando Pessoa, no poema “Não digas nada” escreveu “Há tanta suavidade em nada dizer e tudo se entender”, sugerindo que o silêncio é melhor, mais suave que a dura realidade.
“Quanto mais suave é o tom de sua voz ao argumentar, mais você será respeitado. Grite, e a razão o abandonará completamente”: conselho pra lá de útil em qualquer relacionamento.
A poetisa goiana Cora Coralina tem uma frase linda :”Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves da alma.”
Verdade que as crises, as turbulências da vida são ótimas professoras, pois proporcionam excelentes lições que não podem ser ignoradas. Mas, envolvidos pelas circuntâncias negativas, nem sempre estamos atentos às cores, aos sons, às gentilezas que podem tirar nosso foco do lado ruim da situação e nos direcionar para o que pode nos trazer esperança.
Na passagem bíblica que narra o episodio em que o profeta Elias se esconde em uma caverna, ele ouve do anjo :“Saia e fique no monte, na presença do Senhor, pois o Senhor vai passar”. Então veio um vento fortíssimo que separou os montes e esmigalhou as rochas, mas Deus não estava no vento, depois veio um terremoto, mas Deus também não estava no terremoto, depois veio um fogo, mas Deus não estava no fogo, depois se ouviu uma voz como de um murmúrio de brisa suave (1 Reis 19:11,12).
É assim o mover de Deus. Mas, se Ele quiser, nada o impede de se tornar impetuoso como um furacão.
Minha oração é para que estejamos atentos à voz do Senhor, que nos acolhe e deixa mais leve o nosso fardo.
