Quando voltou para sua casa, a mãe lhe perguntou o que dissera ao pobre homem.
– Nada – disse o menino. Ele tinha perdido a sua mulher, e isso deve ter doído muito. Eu fui apenas ajudá-lo chorar. (O Velho Sábio)
Consolar alguém não é tarefa fácil. Momentos de dor profunda não podem ser banalizados por frases feitas, ocas, por clichês ou atitudes impróprias. Por mais que desejemos ajudar, nosso vocabulário torna-se insuficiente e, inconveniente e, muitas vezes, desnecessário.
Por isso, alguns se omitem com a desculpa de falta de jeito ou incapacidade, o que pode ocultar egoísmo ou mesmo fuga da situação incômoda. O sofrimento alheio é menos importante que nossa tranquilidade…
Talvez falte a compreensão de que discursos e palavras bonitas não são relevantes, mas a presença, sim! O ombro amigo, o estar junto, a presença silenciosa são sempre bem-vindos.
Gosto muito da atitude do meu cunhado, reverendo Sérgio Paulo de Ameida que, nas cerimônias fúnebres, sabe acolher os enlutados, falando da gratidão pela vida da pessoa que partiu e por tudo que ela representou para a família e amigos. Termina enfatizando a paz da vida eterna e orando pelos que sofrem a dor da separação.
Por isso tudo e por ter passado por momentos doloridos também, me encantei com a história acima. A sensibilidade do garotinho que ajudou a chorar deveria ser um exemplo para muita gente.
Não temos respostas nem soluções mágicas para amenizar angústias, mas temos ouvidos e podemos dispor de algum tempo para mostrar interesse e empatia para enxugar lágrimas.
“Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram” – recomenda o apóstolo Paulo (Romanos 12:15)