Já aconteceu com você comprar vários produtos e se esquecer de levar aquilo que era o motivo de ter ido ao mercado? Comigo, já, mais de uma vez. Nesta semana mesmo fui comprar especificamente queijo ralado para fazer um bolo de fubá muito apreciado em casa. Resultado: voltei com duas sacolinhas e sem o queijo que devo ter deixado na banca de frutas…
Hoje fui novamente (espero ter trazido tudo que precisava…) Então, como de costume, ouvi a moça da caixa perguntando a um senhor idoso à minha frente: ” Mais alguma coisa, senhor?” E a resposta educada : “ Não, obrigada, por ora é só!”
Voltei andando devagar (pressa pra quê?) e pensando há quanto tempo não ouvia a expressão “por ora “. Se conheço a expressão e sei até a diferença entre “por ora ” e “por hora “, significa que minha caminhada na vida já está bem longuinha.
Porém, minha imaginação inquieta me levou a associar o caso ao nosso modo de orar. Como assim? Explico. Na maioria das vezes nos achegamos ao trono de graça para despejar nos ouvidos divinos nossa lista de pedidos. Somos muito bons nesse quesito : pedir é com a gente mesmo. Nem precisamos fazer cursos e vamos nos aperfeiçoando com o correr do tempo…
E se, no final dos pedidos, quando dizemos “amém” e saímos sem sequer nos despedir, ouvíssemos a voz do Senhor: ” Mais alguma coisa, meu filho?” Com certeza essa pergunta não seria irônica, como merecemos, mas sim suave, didática, pra gente “se tocar“.
Acho que me sentiria muito envergonhada e constrangida, certamente reconheceria meu comportamento deplorável e responderia:
– Sim, Senhor, quero te pedir perdão por apenas trazer pedidos, sem agradecer todas as bênçãos e livramentos que vêm de ti, às vezes até sem que eu perceba. Quero que me ajudes a valorizar mais as tuas misericórdias com gratidão e a procurar seguir teus passos. Obrigada, Senhor, por estar sempre perto e me ouvir!