Uma menina debruçada na janela de sua casa chorava pela morte de seu animal de estimação. Com muita tristeza, observava o jardineiro enterrar o amigo de tantas brincadeiras.
O avô que a observava aproximou-se, deu-lhe um abraço e chamou-lhe a atenção para outra realidade. Pegou-a pela mão e a conduziu para outra janela. Abriu as cortinas, mostrou-lhe um jardim florido e disse: – ” Está vendo aquele pé de rosas amarelas bem ali à frente ? Lembra que você ajudou a plantá-lo ? Era apenas um pequeno galho cheio de espinhos e hoje veja como está lindo.
A menina enxugou as lágrimas que ainda corriam e abriu um largo sorriso mostrando as abelhas que pousavam sobre as flores e as borboletas que faziam festa entre as rosas do jardim.
O avô, satisfeito pôr tê-la ajudado a superar aquele momento difícil disse: “A vida nos oferece sempre várias janelas. Quando a paisagem de uma delas nos causa tristeza sem que possamos alterar o quadro, voltamo-nos para outra e certamente nos deparamos com uma paisagem diferente.”
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O texto http://cronicasdaalma.com/2021/08/24/hoje-nao-e-esse-dia/ , desta semana, rendeu-me algumas queixas: “ triste”, “realista, mas muito triste”, ” tema profundo, mas triste”…
Então, resolvi procurar outra janela, como fez o avô com a netinha, na história acima.
Confesso que não está fácil e vocês hão de concordar comigo, certamente. Por um lado, há a janela que me mostra a poluição, o ar seco e me lembra a crise hídrica, a devastação da natureza… Como não relacionar isso ao custo de vida, à absurda desigualdade social que parece não incomodar? De outro, o fantasma da pandemia voltando a assombrar com suas novas e terríveis variantes. Tento encontrar uma “terceira via” ( rsrs), mas só consigo vislumbrar discórdias, teimosia e irracionalidade caminhando em direção ao caos… Recuso-me a me aproximar daquela que insiste em exibir guerras e rumores de guerras. Dói sempre.
Então, recebo umas fotos dos netos, que sempre me encantam. Especialmente essa que escolhi para ilustrar este texto.
Achei minha janela nova! Com essa mesma alegria e confiança com que o Levi se joga nos braços do papai Igor, quero me relacionar com o Pai Celeste! A fé e a esperança estão nessa janela. Você quer um lugarzinho nela?”
