O assunto destes dias tem sido a lua, que reina esplendorosa, plena, imensa e bela, a tão falada superlua. Destaque magnífico no tapete estrelado neste início de agosto.
Sempre gostei das noites de lua cheia; sem nenhuma superstição, a beleza da sua claridade me fascina e me deixa em estado de poesia …
Uma vez perguntei a um colega que morou no Japão como era o luar lá e ele me disse que era igual ao de todos os lugares, que para ele não tinha nada de mais… Ele gostava mesmo era do pôr do sol, sempre diferente e único. Também amo o do pôr do sol, outra maravilha do Criador!
Voltando ao nosso satélite, percebo que seu nome está bem presente no nosso vocabulário: nasceu virado para a lua, anda no mundo da lua, cara de lua cheia, prometer a lua, estar de lua, mudar de lua, lua de mel (como esquecer?). Em japonês, a expressão “a lua está linda” corresponde a “eu te amo”, para a qual espera-se a resposta: “está linda mesmo” …
E o poema “Lua adversa” de Cecília Meireles, então?
“Tenho fases, como a lua,
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua…
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua…).
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua…
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu”
Na música popular, não saberia enumerar todas as que mencionam a lua mas, para mim, nenhuma se compara a ” Luar do Sertão”.
É muito bom olhar para ela e lembrar que, tão distante, já foi alcançada pelo homem. Um ótimo motivo para refletir que, por mais altos que estejam nossos objetivos, e sonhos, é possível alcançá-los, mesmo que seja por vias complicadas. Afinal, por caminhos ásperos se chega aos astros, conforme a citação latina.
Foto de Cíntia Santana – Serra Negra SP